Atletas do Vôlei dão show de homofobia e transfobia

Tem gente que não sabe a hora de ficar quieta.

Nesta última semana, dois casos claros de preconceito surgiram a partir de comentários feitos por dois atletas brasileiros. O vôlei tem aberto portas para a diversidade, mas tem esbarrado em jogadores e jogadoras com pensamentos retrógrados.

No primeiro caso, Maurício Souza, que representa o Minas Tênis Clube, disparou seu preconceito através de um post em seu Instagram com a notícia de que o novo Superman será bissexual. Muitas críticas e mensagens de apoio lotaram os comentários do esportista que é apoiador declarado do Presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

"A é só um desenho, não é nada demais 🤨🤐. Vai nessa que vai ver onde vamos parar…"

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Um contraponto feito sob a repercussão da novidade revelada pela DC partiu de Douglas Souza, atleta brasileiro que atua no Itália Vibo Valentia. O jovem comemorou e afirmou que não se tornou heterossexual por influências, rebatendo indiretamente Maurício.

"Engraçado que eu não “virei heterossexual “ vendo os super-heróis homens beijando mulheres….. Se uma imagem como essa te preocupa, sinto muito mas eu tenho uma novidade pra sua heterossexualidade frágil kkkkkkkk Vai ter beijo sim. Obrigado DC por pensar em representar todos nós e não só uma parte. ❤️"

No segundo caso que repercutiu nos últimos dias, quem foi o destaque é a jogadora Tandara Caixeta. A oposta voltou a afirmar ser contra a presença de atletas transsexuais no vôlei feminino durante entrevista ao podcast "Oz Pod" recentemente. Ela afirmou não achar justo a presença delas, apesar de respeitar a decisão da Confederação Brasileira de Vôlei, que permite. Lembrando que Tandara não está jogando no momento, pois foi suspensa provisoriamente após testar positivo para a substância proibida ostarina em exame antidoping realizado no dia 7 de julho, durante as Olimpíadas de Tóquio.

"Primeiramente, eu vou deixar bem claro que eu respeito a Tifanny, nós nos comunicamos, nós nos falamos sempre, eu tenho um respeito muito grande por ela, sabe? Eu sei das lutas dela como ser humano, enfim. Eu acredito muito que cada um tem que ocupar o seu espaço, mesmo, e tem que brigar por isso. Em 2018, eu dei uma entrevista, inclusive eu estava aqui em Osasco, quando eu disse que não concordava. E realmente essa minha opinião não muda, porque eu acredito de verdade que não seja justo", afirmou.

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Tiffany Abreu, primeira e única mulher trans no vôlei profissional brasileiro, se pronunciou e minimizou a fala da colega. Ela disse ao SporTV que falou com a futura colega de time e que a situação já está resolvida entre elas, mas reiterou de que Tandara errou nas palavras.

"Ela me ligou depois novamente e eu falei para: “Amiga, fica tranquila”. Eu sou uma pessoa muito evoluída de coração. Eu acho que estou aqui hoje pois eu tenho esse coração imenso e eu sei entender as pessoas. Eu acho que ela errou nas palavras, mas as pessoas pegaram somente essa parte. Ela falou que fez de tudo para eu ser contratada. Não pegaram a parte que ela falou que ligou para mim. É igual aquela tia que não aceita o seu casamento, mas que dentro de casa ela respeita. E eu quero essa pessoa que respeita do meu lado. Se ela fosse tão contra, acho que não me aceitaria no time dela. Tand, espero que você volta logo e vamos juntas ganhar essa Superliga.", falou na entrevista.

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