Atirador de Orlando já havia frequentado a boate e usou apps voltados para o público gay

Diversos homens se pronunciaram na segunda-feira afirmando terem reconhecido Omar Mateen de outras noites na Pulse ou de aplicativos de encontros voltados para o público gay.

Omar Mateen

Conforme as fotos do atirador de Orlando, Omar Mateen, se espalhavam pelos noticiários na segunda-feira, pelo menos cinco pessoas envolvidas na comunidade LGBT disseram tê-lo reconhecido, tanto de noites anteriores na boate Pulse como de aplicativos de encontros voltados ao público gay.

A Associated Press informou na terça-feira que o FBI estava investigando os relatos.

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Quatro pessoas que frequentavam a boate gay regularmente disseram ao Orlando Sentinel que elas já tinham visto Mateen por lá. Uma pessoa disse que se lembra de Mateen frequentando a boate há pelo menos três anos.

No início da manhã de domingo, o jovem de 29 anos iniciou um tiroteio na boate onde cerca de 300 pessoas se reuniam para a noite latina que acontece toda semana. Quarenta e nove pessoas foram mortas e outras 53 foram feridas.

"Às vezes ele ficava num canto, sentado e bebendo sozinho, e outras vezes ele ficava tão bêbado que começava a gritar e ficar agressivo", relatou Ty Smith para o Sentinel.

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David Goldman / AP

Smith acrescentou que Mateen havia falado sobre seu pai, esposa e filho.

Kevin West, outro frequentador regular do clube, disse ao Los Angeles Times que havia trocado mensagens algumas vezes com Mateen no último ano através de um aplicativo de encontros, o Jack'd. Eles nunca se encontraram pessoalmente, até West vê-lo do lado de fora do clube cerca de uma hora antes do tiroteio.

"Ele passou direto do meu lado. Eu disse 'Oi', e ele virou-se e respondeu 'Oi', e acenou com a cabeça", disse West ao Times. "Eu o reconheci pelos olhos".

Uma ex-segurança da boate disse à ABC News que tinha certeza de que Mateen já havia sido expulso de lá uma vez. Outro frequentador regular da boate disse ao Canadian Press que certa vez Mateen puxou uma faca depois de se ofender com uma piada, provavelmente sobre religião.

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Pulse Orlando / Via Facebook: pulseorlando

Mateen parecia interagir com outros homens regularmente em aplicativos de encontros voltados ao público gay, um homem disse à MSNBC. Cord Cedeno disse que reconheceu a foto de Mateen do Grindr.

"Ele era muito assustador em suas mensagens", disse Cedeno à MSNBC. "Eu o bloqueei imediatamente".

Cedeno acrescentou que vários amigos dele também tinham visto Mateen nos aplicativos, incluindo o Adam4Adam e o Jack'd. Dois deles entraram em contato com o FBI a respeito dessas interações.

O proprietário de outra boate gay em Orlando disse ao New York Times que Mateen tentou adicioná-lo como amigo no Facebook.

Depois dos relatos de que Mateen utilizava aplicativos voltados ao público gay, a CNN conversou com sua ex-esposa. Sitora Yusufiy havia dito em outras entrevistas que ele era violento durante o curto período em que estiveram casados, e que também fazia comentários homofóbicos.

"Eu não sei se ele era gay", disse Yusufiy a Erin Burnett da CNN. "Ele tinha sentimentos muito fortes em relação à homossexualidade".

Seu pai também disse que Mateen ficou furioso há alguns meses quando viu dois homens se beijando. A declaração fez com que pessoas compartilhassem fotos de #TwoMenKissing (#DoisHomensseBeijando) nas redes sociais como forma de protesto.

Um antigo colega de escola disse ao Palm Beach Post que Mateen o havia convidado para sair quando estavam no ensino médio. O colega, que preferiu manter o nome em sigilo, disse acreditar que Mateen era gay.

"Nós fomos com ele a alguns bares com público gay, e eu não estava a fim naquela época, então eu recusei o convite”, disse o colega de escola ao Post.


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