As tretas que você NÃO viu no debate da Band
A tranquilidade do líder Russomanno era tanta que alguém se aproximou e perguntou bem baixinho: "O sr. tomou algum calmante?" O BuzzFeed Brasil conta o que você NÃO viu no debate da Band.
Na noite desta segunda (22) aconteceu o primeiro debate entre candidatos à Prefeitura de São Paulo, com a presença de Celso Russomanno (PRB), Marta Suplicy (PMDB), Fernando Haddad (PT), João Doria (PSDB) e Major Olímpio (SD).
Tatiana Farah / BuzzFeed Brasil
Terceira colocada nas pesquisas, a deputada Luiza Erundina (PSOL) não foi convidada por veto de Marta e Olímpio — o que já causou a primeira comoção: protestos na sede da Band.
Graciliano Rocha / BuzzFeed Brasil
Teve bastante polícia na porta da emissora.
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A lei eleitoral que passou a valer em 2016 determina que só estão garantidos em debates candidatos de partidos com um número mínimo de deputados federais. Não é o caso do Psol, de Erundina, que tem poucos representantes na Câmara.
A participação do candidato "excluído" só pode acontecer se dois terços dos outros candidatos — os garantidos por lei — aprovarem. Apenas Russomanno e Haddad deram anuência para a participação de Erundina, que acabou ficando de fora.
Logo os candidatos chegaram ao lounge antes do estúdio — uma espécie de tapete-vermelho do debate.
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Essa é a parte em que candidatos, assessores, políticos em geral e jornalistas têm a chance de conversar antes do debate. O pessoal aproveita mesmo para fazer uma social.
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Mas poucas pessoas entram no estúdio. Cada candidato tinha direito a "apenas" 15 convidados.
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Campos Machado pediu para chamar o dono da emissora. Logo depois, foi posto pra dentro.
Com a porta do estúdio fechada, as cortesias ficam do lado de fora.
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No segundo bloco, os candidatos puderam perguntar diretamente uns aos outros — com réplicas e tréplicas.
É lógico que daí saíram os melhores arranca-rabos da noite.
Haddad foi o primeiro a lembrar que Marta criou taxas no governo dela.
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Mas foi Doria que lembrou o apelido Martaxa.
Ela respondeu que se tornou "uma pessoa melhor" e, nesta alegada evolução pessoal à custa de "apanhar muito", aprendeu que aumentar impostos é errado.
Não sem antes fulminar o adversário com o olhar.
Major Olímpio rebatizou o programa de Haddad para a Cracolândia como "de braços abertos para o traficante".
Major Olímpio, aliás, é um nanico eleitoral (2% no último Datafolha) com pretensão narrativa de Capitão Nascimento.
...e a Marta, que é psicóloga, chamou os dependentes químicos de DROGADOS e disse que a ESPIRITUALIDADE pode ajudar na recuperação deles.
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Marta, aliás, num dos embates com o Haddad fez uma de Glória Pires na cobertura do Oscar.
Após o adversário falar por dois minutos, quando chegou sua vez de replicar, ela tascou com desdém: "Não entendi nada".
Na plateia, caciques dos partidos acompanhavam pesquisas em tempo real para orientar seus candidatos durante o intervalo.
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Mario Covas Neto (à esq.) e Julio Semeghini, dirigentes do PSDB e aliados do candidato João Doria Jr.
Tudo isso porque enquanto a gente está assistindo às propagandas, na TV, os candidatos estão rodeados de assessores.
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A calma de Russomanno (líder nas pesquisas) era tanta que teve gente que estranhou.
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Depois que o debate terminou, uma repórter se aproximou do candidato e perguntou num tom bem baixinho: "Candidato, é que surgiu uma dúvida... o sr. por acaso tomou algum calmante???"
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Um assessor tentou salvar o chefe da suspeita de doping: "Talvez você não conheça direito o Celso..."
Mas Russomanno explodiu numa gargalhada: "Eu estava era com frio. O ar condicionado estava bem em cima de mim".
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