Aqui vai um resumo para te explicar o que está rolando no Afeganistão

A história é complexa, mas te damos um ponto de partida pra você começar a entendê-la.

Paula Bronstein /Getty Images

O Afeganistão tomou as manchetes de todos os principais jornais do mundo. Não à toa, o país está passando por um abrupta troca de poderes, que tem resultado em morte e caos. 

A situação toda é complicada, e envolve décadas de história, séculos de política e milênios de religião.

Não dá pra entender tudo a fundo sem estudar estes temas por anos, Mas, o básico, dá para compreender sem tanto esforço.

Preparamos, então, este resumão para que você possa se situar na história toda e, quem sabe, se aprofundar com calma nestas questões mais tarde. Tudo certo? Então vambora.

O que está rolando no Afeganistão? 

Haroon Sabawoon/Anadolu Agency via Getty Images

Neste momento o Taliban, grupo religioso militarizado, está tomando o poder no país. Em conflitos armados, membros do grupo conquistaram controle total das principais cidades país. Ao ponto de que até o presidente da nação, Ashraf Ghan, fugiu do Afeganistão neste domingo, 15.

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E por que o Taleban resolveu tomar o poder?

Membro do exército afegão contra o Taleban: Stringer/Anadolu Agency via Getty Images

Simplificando bem: porque é para isso que ele foi criado. Durante a Guerra Fria, a região do Afeganistão era apoiada pela União Soviética. Os EUA, então, investiram em milícias armadas da região, que desestabilizassem o governo comunista. Conseguiram. 

Em 1989, o muro de Berlim caiu, a URSS acabou, e as tropas soviéticas meteram o pé no país. As milícias, então já estruturadas, começaram a se digladiar pelo comando do país. 

É nesse contexto que, em 1994, o Taleban é formado por jovens refugiados. A palavra, inclusive, significa "estudante". O grupo queria que o país adotasse como lei a sua interpretação do islamismo - que envolvia uma visão extremista principalmente no quesito dos direitos humanos. Em dois anos, eles venceram as outras milícias e tomaram o controle do país.

O grupo se manteve no poder até 2001, quando os EUA - novamente entram na história: depois do atentado ao World Trade Center, os EUA invadiram o Afeganistão, com o pressuposto de que membros da Al Qaeda (responsável pelo 11 de setembro) tinham proteção do Taleban no país, já que ambos grupos eram aliados. 

A ação militar resultou em Mohammed Omar, fundador do grupo, fugindo do país.

Mas, em abril de 2021, Biden anunciou que as tropas americanas sairiam do país até 11 de setembro. E o grupo voltou a se organizar para tomar o poder.

Mas, ué, por que os EUA resolveram sair? E por que só agora? 

Andrew Renneisen/Getty Images

Por que a guerra foi um fracasso. Os americanos ficaram no Afeganistão por duas décadas - o que custou mais de dois TRIlhões de dólares. Ao mesmo tempo, os grupos contrários a presença dos gringos no país nunca pararam de atacar.

No fim, 6 mil soldados americanos foram mortos - ao mesmo tempo que o exército yankee matou mais de 240 mil pessoas em território afegão. As estimativas, que são da Universidade de Brown, ainda cravam que cerca de 71 mil civis foram mortos. Pra comparar, o número é maior do que a população de 92% das nossas 5570 cidades brasileiras. 

A briga, então, ficou sem propósito e há alguns mandatos presidentes tentam tirar a tropa de lá, sem soar como uma derrota. E, Biden concretizou a ação neste ano.

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Mas a tomada foi tão rápida? Nestas duas décadas o país não conseguiu se estabilizar? 

Sayed Khodaberdi Sadat/Anadolu Agency via Getty Images

Houve progressos, claro! Foi nesse período, por exemplo, que o país teve suas primeiras eleições. 

Só que o fato dos americanos estarem envolvidos no governo, por exemplo, complicou as relações do Afeganistão com outros países do Oriente Médio. De modo que a política externa, e também a interna, fosse sempre extremamente frágil

Ao mesmo tempo, o Taleban seguiu se fortalecendo - possivelmente com o tráfico de drogas. 

A saída dos soldados gringos soou como a oportunidade perfeita para o grupo.

E como a população está reagindo? 

Louise Kennerley/Fairfax Media via Getty Images

Absolutamente apavorada. Há claro, os apoiadores do Talibã. Mas quem não possui a mesma visão deturpada da religião está assustada com o que pode acontecer. 

Para contextualizar, o Talibã, por exemplo, não permite que meninas vão à escola. Eles que foram os responsáveis pelo ataque à Malala Yousafzai.

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