Após matar casal a facadas, universitário dos EUA come rosto de uma das vítimas

Ataque de garoto de 19 anos aparentemente foi aleatório, diz polícia.

Facebook

Austin Harrouf com uma camiseta do Alpha Delta Pi. Ele, no entanto, não é membro do grupo.

Um aluno de 19 anos da Universidade Estadual da Flórida (EUA) jantava com sua família na última segunda-feira (16), na cidade de Tequesta, quando ficou nervoso, saiu do restaurante, matou duas pessoas e comeu o rosto de uma das vítimas, disse a polícia.

Momentos depois de Austin Harrouff deixar o restaurante, a polícia atendeu a um chamado de emergência. Havia acontecido um esfaqueamento. Quando os agentes chegaram ao local, encontraram o garoto mordendo e arrancando parte do rosto de um homem morto em frente a uma casa. A esposa do homem foi encontrada morta na garagem, e um vizinho também foi esfaqueado.

Harrouff foi acusado de duplo homicídio e levado a um hospital. Ele foi submetido a exames toxicológicos, mas ainda não foi encontrada nenhuma evidência de uso de drogas.

"Ele não tinha nenhum antecedente criminal... era uma boa pessoa", disse o xerife William Snyder aos repórteres na terça-feira (17). Segundo Snyder, Harrouff aparentemente não conhecia as vítimas e o ataque pode ter sido "totalmente aleatório."

As vítimas foram mais tarde identificadas como John Joseph Stevens, 59, e Michelle Karen Mishcon, 53. Eles deixam uma filha, Ivy Stevens.

"Nada nesse caso parece fazer sentido", disse o xerife. "Quebramos a cabeça para tentar entender o que aconteceu e o porquê... mas não entendemos."

O que não faz sentido para a polícia é que Harrouff não se encaixa na descrição-padrão de um assassino desequilibrado. Ele era um aluno excelente e uma estrela nas competições juvenis de futebol americano, de acordo com o "Miami Herald".

Publicidade

Harrouff ficou em casa, em Tequesta, no final de semana, e visitou alguns parentes com seus colegas de fraternidade, disse Snyder disse a repórteres.

O adolescente estava jantando com sua família em um bar local quando ficou com raiva — talvez do serviço lento do restaurante, afirmou Snyder — e saiu. A polícia divulgou nesta sexta (19) um vídeo desse momento, que mostra Harrouff saindo calmamente do local.

Publicidade

Ele então andou alguma quadras em direção à casa de seu pai e cruzou com Stevens e Mischon. O casal estava sentado em sua garagem com a porta aberta, um hábito deles, disseram vizinhos à polícia.

Harrouff então atacou o casal usando uma faca e outros objetos não afiados, matando-os. "Houve muita violência na garagem", disse Snyder.

Um vizinho tentou conter Harrouff, mas o garoto teria virado contra ele e dito: "Você não quer que isso aconteça com você", antes de atacá-lo com uma faca, segundo a polícia.

O vizinho fugiu e ligou para a polícia. Ele sofreu ferimentos leves e está no momento passando por uma cirurgia.

Quando a polícia chegou, os agentes encontraram Harrouff agachado sobre Stevens, "fazendo um barulho de animal", "grunhindo e rosnando", disse Snyder.

Depois de tentarem conter Harrouff com uma arma de choque e um cão policial, sem sucesso, três a quatro agentes conseguiram puxar o estudante para longe do corpo, sedando-o.

Publicidade

Lynne Sladky / AP

Tequesta, Estado da Flórida, em 2015.

Snyder disse que, apesar de exames preliminares não terem detectado drogas no corpo de Harrouff, ele "não ficaria surpreso" se fossem encontradas evidências de uso de flakka — droga sintética também conhecida como alpha-PVP.

O ataque de segunda-feira lembra outro caso que também ocorreu nos EUA, em 2012, na Flórida. Na ocasião, um homem chamado Rudy Eugene atacou um morador de rua e comeu seu rosto. Apesar dos rumores de que Eugene estivesse sob o efeito de drogas sintéticas, a polícia só encontrou maconha em seu organismo. A vítima de Eugene sobreviveu.

Publicidade

Veja também