Política • Lista
Aonde estão os Yanomami da comunidade Aracaçá?
Cerca de 30 indígenas desapareceram. Fizemos estas perguntas para a Funai, e não fomos respondidos:

Felipe Germano
Há 2 anos
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Desde 28 de abril, cerca de 30 indígenas estão desaparecidos. A comunidade inteira de Aracaçá, localizada dentro das terras Yanomami, amanheceu queimada e sem indícios do paradeiro de quem morava por ali.
O sumiço se deu horas depois de membros da comunidade denunciarem o afogamento de um bebê e o abuso sexual de uma menina indígena de 12 anos, que haveria morrido após ser estuprada. Ambos crimes teriam sido cometidos por garimpeiros da região.
Desde então, artistas, militantes e parte da população vem tomando as redes para repetir uma mesma pergunta: "Cadê os Yanomamis?".
O que se sabe?
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No dia 25 de abril, Júnior Hekurari Yanomami, presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye'kuana (Condisi-YY) postou uma denúncia no instagram:
No vídeo, Hekurari afirma ter sido alertado que uma menina de 12 anos e uma mulher, ambas indígenas, haviam sido sequestradas por garimpeiros. A jovem teria sido abusada e morta em consequência do estupro. A mulher, que estaria acompanhada de uma criança de 4 anos, teria visto a filha cair no rio - mas não conseguindo resgatá-lo.
O líder indígena, então prometia visitar o local no dia seguinte, para trazer esclarecimentos enquanto cobrava ajuda de autoridades.
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Hekurari, no entanto, voltou às redes como um novo pronunciamento do Condisi-YY.
No novo texto, ele conta que no dia 27 encontraram a comunidade em chamas e que, após 40 minutos na região encontraram indígenas que se negavam a falar sobre o que tinha acontecido pois "teriam recebido 05g de ouro dos garimpeiros para manter o silêncio".
No dia 28 Hekurari afirma ter voltado ao local, na busca de mais indícios, mas nenhum indígena foi localizado e a comunidade já havia desaparecido.
Ainda de acordo com o texto de Hekurari, no dia 29, líderes indígenas se reuniram e concluiram que a queimada foi fruto de um costume tradicional onde após a morte de um ente querido, a comunidade é queimada e todos evacuam para outro local”.
A fala acalmou parte dos que acreditavam que os membros de Aracaça teriam sido executados pelos garimpeiros. Ao mesmo tempo em que Hekurari deixou claro que indígenas haviam sido ameaçados para não falarem nada, o que dificultou as investigações.
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O cenário, então é de questionamentos. Com as duas denúncias sem avanços e o paradeiro dos Yanomami seguindo em aberto, algumas respostas precisam aparecer.
O BuzzFeed Brasil questionou a Funai sobre maiores esclarecimentos - mas não obtivemos retorno. As perguntas não respondidas foram as seguintes:
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