Ao lembrar do passado na CCXP23, Xuxa fala sobre traumas e como eles reverberam até hoje
Apresentadora foi homenageada no evento geek.
Xuxa foi homenageada na CCXP23, e relembrou momentos do passado, incluindo alguns bem dolorosos.
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Sobre os memes que ela rendeu ao longo de 40 anos de carreira, Xuxa se diverte. "Eu era despreparada. Eu não tinha filtro, era muito louca… mas nós éramos felizes", brinca. "Fazíamos cinco programas por dia. Era gravado, mas fazíamos como se fosse ao vivo, ia pro ar daquele jeito e peço desculpas para as crianças, mas nada era pensado com maldade", disse, no palco principal do evento, para uma plateia de cerca de 3 mil pessoas.
Sua vida foi retratada no documentário "Xuxa, O Documentário", do Globoplay, com relatos de várias pessoas que conviveram com ela. "Tive que mexer em caixinhas que eu não queria, foi doloroso. Saber de algumas coisas me machucou, porque constatei que fui ingênua, até burra. Me sinto culpada às vezes", disse, sobre a produção.
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No meio de tanto sucesso, a Rainha dos Baixinhos Xuxa também acumulou momentos não tão bons, como o último "Xou da Xuxa", que foi ao ar em dezembro de 1992. "Eu não queria que acabasse. Estava mexida por dar tchau para o meu sonho, mas achavam que precisavamos preservar o formato, que estava sendo copiado no mundo inteiro. E teve o momento difícil de ver meu pai sem eu querer, e sabia que aquilo era pra ter ibope, para que eu chorasse", ela disse - na época, Xuxa não tinha contato com o pai.
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"Só deixei ele entrar na minha vida depois de dois anos, porque vi que não podia julgá-lo. Mas aquela imagem é difícil de ver porque foi abuso de confiança, abuso psicológico, me senti muito frágil, era o momento de falar um monte de coisas mas me calei e virei uma pessoa com muitos gatilhos. Hoje desafio as pessoas porque não aceito mais as coisas, porque naquele momento aceitei aquilo, engoli e não deveria."
Apesar de ser recordista de venda de discos no Brasil, Xuxa tem até hoje dificuldade de cantar. "Minha voz some só de pensar em entrar num estúdio e cantar. A Marlene (Mattos) dizia que eu não era cantora, era vendedora de discos. Eu queria colocar minha voz de agora nas músicas para a turnê que vou fazer em 2024, mas é difícil demais, não consigo.
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"Mas cada vez que me arrisco em cantar, tenho um grande coro de gente cantando comigo, como se fosse para me ajudar".