Ana Hikari declara torcida para os artistas asiáticos de "Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo" no Oscar
"Isso mostra pra mim que posso estar lá também", ela diz, sobre o possível prêmio de Michelle Yeoh no próximo domingo (12)
A atriz Ana Hikari está animada com o Oscar 2023.
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O motivo é que a cerimônia, que acontece no domingo (12), pode premiar uma atriz principal asiática pela primeira vez: Michelle Yeoh, nascida na Malásia, é a favorita para levar a estatueta de Melhor Atriz pelo filme "Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo".
"Isso mostra pra mim que posso estar lá também", Ana diz, em entrevista para o BuzzFeed Brasil no lançamento da segunda temporada de "As Five". "Porque quando você assiste a essas premiações e não vê um corpo como o seu ali, você sente que aquele lugar não te pertence."
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"Eu já vejo a Michelle subindo naquele palco e ganhando aquele prémio - e se ela não ganhar eu vou pessoalmente bater no Oscar. O que ela fez em 'Tudo em Todo Lugar' é surreal, em 'Memórias de uma Gueixa' já era maravilhoso, e em 'O Tigre e o Dragão' também. Ela tem um currículo surpreendente, tem um trabalho maravilhoso, e nunca foi dado valor, e a gente entende essa sensação."
Ana também já está comemorando com antecedência a vitória de Ke Huy Quan, favorito ao prêmio de Melhor Ator Coadjuvante por "Tudo em Todo Lugar". O ator ficou famoso na infância, quando atuou em "Indiana Jones e o Templo da Perdição" (1984) e em "Os Goonies" (1985), e depois deixou de atuar.
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"Ke é um ator fantástico, e em uma entrevista ele falou que ficou 20 anos sem nem fazer teste! As oportunidades não são iguais para pessoas racializadas e para pessoas brancas. O que o Ke passou é isso. As pessoas precisam enxergar fora da caixa e chamar a gente para personagens comuns, não só racializados - e parar de substituir personagens racializados por brancos. Essa é a revolução que o audiovisual precisa viver, e não vou me calar enquanto essa revolução não acontecer."
Ana é uma das grandes vozes em defesa de espaço para artistas de ascendência asiática. A atriz foi uma das protagonistas de "Malhação: Viva a Diferença" (2018), e está em "As Five", mas segue como uma das poucas em destaque na TV.
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"Tem uma frase que eu acho muito bonita: 'enquanto os outros não forem livres, eu também não sou'. Eu poderia te falar um milhão de sonhos individuais meus - uma vilã muito foda numa novela das 21h, ir pro cinema internacional - , tenho uma lista, mas meu sonho mesmo é que a porta que eu abri sendo a primeira protagonista asiática da Globo, que essa porta fique aberta e outras passem também. A sensação que eu tenho é que nós, pessoas racializadas, somos pioneiras o tempo inteiro. Não podemos ser únicos nos espaços, mas essa é a sensação que eu tenho, e não quero ser a única."