Ainda há pouca visibilidade para pessoas intersexuais, assexuais e queer

E o mês do orgulho LGBTQIA+ é um momento ótimo pra falarmos sobre isso.

No mês que celebra o orgulho LGBTQIA+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans e Travestis, Queer, Intersexuais e Assexuais), é mais do que necessário ampliar nossos conhecimentos acerca das letras que formam a sigla, principalmente, das que possuem menos visibilidade.

Reprodução/Instagram

O produtor de conteúdo Cup, que é assexual.

Faz pouco tempo que explicamos em um artigo o significado de cada letra da palavra LGBTQIA+, mas a real é que muita gente sempre faz confusão ou não sabe exatamente o que é ser queer, intersexual ou assexual. Então, bora falar mais sobre isso.

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Intersexuais são pessoas que nascem com uma condição biológica em suas genitálias que não se encaixa nas categorias físicas típicas do sexo feminino e nem do sexo masculino.

Katrin Vasileva/Getty Images

Ou seja, uma pessoa intersexo, basicamente, é alguém que nasce com uma genitália ambígua.

Em uma reportagem de 2019, o UOL contou a história de Amiel, um sociólogo brasileiro intersexual. Ao nascer, ele foi registrado como menino, já que os médicos não conseguiam definir se sua genitália era um clitóris maior do que a média ou um pênis que não havia se desenvolvido por completo. Aos sete meses, diante da má formação do pênis, ele passou por uma cirurgia na qual os médicos criaram uma vagina em seu corpo. O registro de Amiel, então, foi trocado e seu nome mudou para Anamaria. A família queimou todas as fotos anteriores de quando ele era bebê e foi aconselhada a nunca mais tocar no assunto.

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bombuscreative/Getty Images

"Não fui eu que tomei a decisão [de ser criado como uma mulher]. Quando meus pais, junto com os médicos, chegaram à conclusão de que era melhor fazer uma vagina, não houve consentimento algum da minha parte", disse o sociólogo. Na fase adulta, Anamaria passou a se identificar como uma mulher lésbica e, depois de entrar em contato com ativistas intersexuais e ir atrás de documentos da infância, soube o que a família e os médicos esconderam por tanto tempo.

Segundo a ONU, entre 0,05% e 1,7% da população nasce com traços intersexuais.

Assexuais são pessoas que não sentem atração sexual, que sentem pouca atração sexual ou que sentem atração sexual de forma condicional (por exemplo, por uma pessoa específica/namoradx/etc).

Cup, um produtor de conteúdo assexual, explicou isso de uma maneira bem didática, como vocês podem assistir no vídeo acima.

A assexualidade não é um gênero, como feminino ou masculino, mas, sim uma sexualidade/orientação sexual, assim como bissexual ou lésbica.

"A ausência e a pouca atração sexual por muito tempo foram consideradas patologias, que requisitariam intervenções de profissionais de saúde", explica um artigo da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC). "A assexualidade, como uma orientação sexual, não pode ser confundida com uma doença, ou o resultado de um trauma ou influxos hormonais. Inúmeras pesquisas mostram que os indivíduos autoidentificados como assexuais não possuem traumas e alteração dos níveis hormonais esperados."

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Isso não quer dizer que assexuais não possam se relacionar afetivamente.

A página do Instagram "Assexuais existem" traz um gráfico interessante, mostrando que dentro do espectro assexual existem várias possibilidades.

Já uma pessoa queer é toda aquela que não se encaixa na binariedade, seja de gênero ou de sexualidade.

Arctic-Images/Getty Images

Antigamente, "queer", em inglês, era um xingamento assim como "viado" ou "sapatão", que acabou sendo ressignificado. A pessoa que se identifica como queer nos tempos atuais foge dos padrões de uma sociedade heteronormativa, ou seja, que estipula que o "normal" é, por exemplo, uma pessoa que nasce com um pênis se identificar como homem e ser heterossexual.

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