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A participação da Manuela D’Ávila no Roda Viva foi videoaula de “manterrupting”
A impressão é que ela não conseguia terminar sequer uma única frase sem ser interrompida.
Juliana Kataoka
Há 6 anos
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Manuela D'Avila (PCdoB) participou do programa "Roda Viva" na noite desta segunda (26), na TV Cultura, que está entrevistando pré-candidatos à presidência.
Já passaram pelo programa os pré-candidatos Alvaro Dias (Podemos), Marina Silva (Rede), Guilherme Boulos (Psol), João Amoêdo (Novo), Henrique Meirelles (MDB) e Ciro Gomes (PDT).
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Talvez algumas pessoas justifiquem o comportamento dos entrevistadores com o posicionamento político da candidata.
Esse roda-viva foi uma aula sobre violência política contra a mulher.Manuela D'Ávila o tempo todo sendo interrompida e contestada com "perguntas" que mais pareciam ataques pessoais.Boulos e Ciro têm posicionamentos semelhantes em várias questões e n foram abordados da mesma forma
Mas fizeram questão de lembrar que candidatos homens com posicionamento semelhante que passaram pela sabatina do Roda Viva não tiveram suas respostas interrompidas com essa frequência.
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Está achando que é exagero? Há quem tenha feito contas:
Machismo a gente vê assim: Quando jornalistas num programa de entrevistas não deixam a convidada pré-candidata a presidência falar! Como Manuela D'Ávila bem disse, é preciso desconstruir o machismo e misoginia no Brasil. https://t.co/h3dloCNENP
Segundo a Mídia Ninja, ela foi interrompida 62 duas vezes em um programa de 75 minutos!
Esse tipo de interrupção frequente na fala da mulher é uma manifestação do machismo e tem nome, manterrupting, traduzido livremente para o português como interrupção masculina.
Próxima vez que perguntarem pra Manuela exemplos de machismo que ela sofreu na política, já pode citar a participação no #RodaViva, onde ela, a pré-candidata à presidência, não conseguia falar por mais de alguns segundos sem ser interrompida
A Interrupção masculina ocorre quando um homem interrompe uma mulher desnecessariamente, como em uma forma de desmerecer de forma autoritária a opinião dela em detrimento da dele.
Esse comportamento faz com que as mulheres não consigam concluir com clareza o que elas querem dizer, fazendo com que essa mulher muitas vezes não consiga se expressar corretamente, um comportamento que repetitivamente pode impactar em seu crescimento acadêmico, profissional e pessoal.
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Se está ruim pra ela, imagina pra nós!
Manuela D'ávila foi interrompida 60 vezes na entrevista do Roda Viva, Ciro foi interrompido poucas vezes. Se, em rede nacional, uma pré-candidata à presidência da República n consegue ter o singelo direito à palavra garantido, imagina as violações cotidianas que o machismo causa
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