A atitude dessas estudantes mostrou como o feminismo pode mudar uma escola

Professor disse em sala de aula que assédio sofrido por aluna no metrô era uma forma do assediador "comemorar o dia das mulheres com ela". E então elas não deixaram quieto.

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O Dia Internacional da Mulher foi marcante para as estudantes da Escola Técnica Estadual de São Paulo (ETESP). Tudo porque um professor justificou o assédio sofrido por uma de suas alunas durante um debate em sala de aula.

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No meio de uma discussão sobre o dia a dia e a importância das mulheres na história, uma das estudantes contou que tinha sido assediada no metrô naquele mesmo dia. E então o professor que guiava a discussão disse o seguinte: "vai ver ele só queria comemorar o Dia das Mulheres contigo".

Reprodução / Twitter / Via Twitter: @fodacnoasei

Foram as alunas do segundo ano de Meio Ambiente que propuseram o tema a ser debatido. Elas contaram ao BuzzFeed Brasil que o professor sempre pede para os estudantes levarem assuntos para discussão. Neste dia, em meio a discussão sobre assédio, além deste comentário, o professor fez outras observações infelizes, como "quando um não quer dois não fazem".

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Na mesma hora as alunas levantaram e saíram da sala de aula indignadas com a declaração do professor. E então se juntaram a outras estudantes na direção da escola para denunciar o que tinha acontecido.

Aproximadamente cem estudantes se reuniram na direção da ETESP.

Declarações machistas por parte dos professores não são uma novidade na ETESP. No dia anterior, outro professor disse para a turma do terceiro ano de Administração que tarefas como limpar a lousa são responsabilidade das mulheres.

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Então elas aproveitaram o momento para denunciar outras atitudes machistas de seus professores.

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A mobilização das alunas da ETESP inspirou muitas garotas.

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Apesar de indignadas com a situação, o que elas fizeram indicaram que alguma coisa está mudando.

Reprodução / Facebook

As estudantes continuam mobilizadas e aguardam uma resposta da direção. Elas prometeram que enquanto não forem ouvidas, irão se manifestar todos os dias.

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ATUALIZAÇÃO (13 de março 15h16):

O BuzzFeed Brasil entrou em contato com o Centro Paula Souza que enviou uma nota de esclarecimento. Leia na íntegra:

"A Assessoria de Comunicação do Centro Paula Souza informa que a instituição não compactua com nenhuma forma de desrespeito à mulher e a qualquer pessoa.

Seguindo normas regimentais, tão logo a direção da Etec tomou conhecimento do ocorrido, convocou e orientou os professores mencionados, que já se retrataram com as alunas."

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À reportagem do BuzzFeed Brasil, as alunas da ETESP explicaram que apenas dois dos professores citados no vídeo se retrataram. Mas de modo que insinuasse que as estudantes entenderam errado o que eles disseram. Ainda faltam professores para se retratar. Entre eles, o que justificou o assédio sofrido por uma de suas alunas.

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