9 depoimentos sobre solidão que podem partir seu coração um pouquinho
"Todo ano, o Natal acaba comigo. Já aceitei que não vai ter nem um telefonema sequer para mim."
Atenção, colegas humanos solitários que querem se sentir um pouco menos sozinhos: o The Loneliness Project ("O Projeto da Solidão", em tradução livre) é um site para o qual as pessoas podem enviar suas experiências sinceras e reais com a solidão e, confesso, é um dos meus lugares preferidos na internet.
Marissa Korda / The Loneliness Project
Pense nele como um PostSecret temático sobre solidão, onde você pode ler histórias — de partir o coração e com as quais podemos realmente nos identificar — sobre como a existência pode ser solitária às vezes.
Ele foi criado por Marissa Korda, uma designer gráfica em Toronto, no Canadá, que queria demonstrar como a solidão é universal e humana, além de incentivar a empatia e a compaixão.
Marissa Korda / The Loneliness Project
"Com tudo o que tem acontecido no mundo ultimamente, realmente me chama a atenção que [empatia e compaixão] são coisas que não estamos praticando lá muito bem", disse Korda ao BuzzFeed. "Por isso, comecei a pensar: que maneira melhor de fazer isso do que compartilhar histórias sobre algo tão universal, que todos podem entender e com o qual todos têm dificuldades, mas sobre o qual ninguém conversa. Esse algo é a solidão". Eis algumas das confissões e histórias com as quais mais podemos nos identificar:
1. "Eu mantive um incidente de abuso sexual em segredo, criando uma divisão entre eu e minha família e um senso de isolamento que persiste até o dia de hoje" —Wounded, 36.
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2. "Fiquei completamente sozinha e me tornei quase totalmente noturna por uns seis meses. Se eu tivesse sorte, talvez visse meus familiares por uns 10 minutos por dia".
"Isso aconteceu antes da internet estar amplamente disponível e foi antes de eu ter um celular, portanto eu estava completamente sozinha. Eu estava lidando com alguns problemas de saúde, então não conseguia ler livros. Tudo o que eu tinha era a televisão e a minha cachorrinha (quando ela não estava dormindo ou passeando pelo andar de cima enquanto minha família dormia). Você começa a falar com as coisas — consigo mesma, em voz alta, com a comida, com a televisão, com as paredes. Você desenvolve uma vida interna ainda mais rica, repleta de personagens e mais fantasia, porque é tudo o que você tem. Você tenta aproveitar cada segundo possível das interações, porque elas são tão especiais, curtas e fugazes. Fico meio que impressionada por ter sobrevivido a isso" —Liz, 33
3. "A vez em que me senti mais sozinha foi na marca dos 17 quilômetros da minha primeira meia-maratona. Treinei por semanas e implorei a todo mundo que eu conhecia para que viessem me apoiar na linha de chegada. Ninguém veio".
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"Nos 17 quilômetros, eu tive certeza que ninguém tinha vindo me apoiar porque a gente precisava correr perto de onde a linha de chegada ficava. Passei os próximos 4 quilômetros sentindo pena de mim mesma" —Sarah, 33
4. "Eu me sinto sozinha quando ouço pessoas falando sobre imigrantes em particular, porque eu sou uma imigrante, além disso, eu não acho que as pessoas entendem o que é ser uma imigrante", — Maisa, 28
5. "Eu gostaria que existisse um app como o Tinder para pessoas que quisessem apenas sair com amigos. Apenas para assistir porcarias na Netflix juntos ou ler algo juntos na mesma sala" —M,25.
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An illustration of a depressed person sitting on the floor. Mental health, including PTSD and suicide prevention
6. "Eu me sentia solidão na escola pois era a única criança que não tinha pais para beijar ou abraçar e dizer tchau porque minha mãe era solteira e não podia se atrasar para o trabalho" —Anônimo, 15.
7. "Acho que tenho me sentido só durante toda a minha vida, e estou realmente sozinho, exceto pelo meu cachorro. Todo ano, o Natal acaba comigo".
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"Já aceitei que não vai ter nem um telefonema sequer para mim. Compro uma refeição pronta e uma fatia de torta. Minha caminhada noturna com o cachorro destrói a minha alma todos os anos, já que as cortinas abertas dão para salas de estar cheias de famílias e amigos. Consigo ouvi-los, às vezes sinto o cheiro do peru da ceia, mas, sobretudo, sinto toda a felicidade deles, sabendo que nunca irei tê-la. Volto para casa, vou para a cama e choro até dormir" —Scout, 60
8. "Fui adotado aos 18 meses. Sempre me senti diferente na vida. Nunca soube como é ter uma 'família de sangue'".
"Meus pais fizeram o melhor que podiam. Eles simplesmente não conseguiam ser isso. Quando a solidão bate, bate com força. O sentimento de ser REALMENTE DIFERENTE vem com uma sensação que é realmente difícil de descrever" — Christopher.
9. "Minha parceira por quase cinco anos e eu terminamos. Não era um relacionamento saudável. Minha parceira era abusiva comigo e as pessoas sabiam que ela podia ser alguém difícil de se lidar".
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"Quando terminamos, fui eu quem teve que ir embora e a 'comunidade' queer da qual participávamos me abandonou e me excluiu porque minha ex não admitia que tínhamos terminado e continuava a sair e frequentar festas. Nunca me senti tão sozinha na minha vida. Todas aquelas relações pelas quais me esforcei durante quase cinco anos desapareceram completamente. Pessoas que têm a obrigação de serem politicamente corretas, que trabalham com assistência social ou são doulas escolheram o caminho mais fácil, mesmo sabendo que o comportamento da minha ex com relação a mim era inaceitável. Ela ofereceu mais capital social a elas do que eu, e por isso perdi minha vida inteira" —Ellen, 26
Para ler mais ou enviar sua própria história, visite o The Loneliness Project. Se você tem vontade ou necessidade de conversar com alguém, ligue para o CVV no número 188 ou entre no site www.cvv.org.br via chat, VoIP (Skype) e e-mail.
Este post foi traduzido do inglês.
