8 estabelecimentos que trataram crianças como ladras ou pedintes apenas por serem negras

Essas histórias mostram como os estereótipos racistas interferem no cotidiano de crianças negras.

1. Três seguranças do hipermercado Extra, em São Paulo, acusaram um garoto de 10 anos de furto. Mesmo com a nota fiscal em mãos, eles o levaram para uma sala, obrigaram o menino a tirar a roupa e o chamaram de "negrinho sujo e fedido".

      

O caso aconteceu em 2011. Em 2017, o Extra, do Grupo Pão de Açucar, foi condenado a pagar uma multa de R$ 458.240 por crime de racismo e segregação da pessoa negra.

2. Em 2017, um segurança do Starbucks, nos Jardins, área nobre de São Paulo, pediu para uma garota negra de 11 anos se retirar do local por achar que ela era pedinte. A menina estava acompanhada dos pais, que são brancos.

A garota foi abordada depois de sair do banheiro. Em entrevista à rádio Banda B, de Curitiba, a mãe da menina, Tatiana Timi, disse que o segurança pegou no braço de sua filha e disse para a menina sair porque o estabelecimento não admitia pedintes.

A família, que é de Curitiba, chamou a polícia, registrou um boletim de ocorrência e entrou com uma ação criminal contra a empresa por racismo e injúria racial.

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3. Três meses depois, a mesma garota foi impedida de entrar na loja de brinquedos Hotzone, no Park Shopping Barigui, em Curitiba.

De acordo com o pai, Jorge Ribas Timi, um segurança barrou a entrada da sua filha com a justificativa de que ela não estava acompanhada de um adulto. A garota só queria avisar o pai que a mãe, que estava em outra loja, já tinha feito as compras. Mesmo com o argumento da menina, ela foi impedida de entrar na loja.

O pai registrou boletim de ocorrência afirmando que a filha foi vítima de racismo.

Em nota, o Park Shopping Barigüi e a HotZone responderam que “lamentam o incidente” e que “o casal interpretou como discriminação racial a conduta da segurança do shopping ao abordar sua filha menor na entrada da loja”.

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5. Uma vendedora da loja Animale, localizada na Rua Oscar Freire, em São Paulo, expulsou um garoto negro de 8 anos que estava na calçada em frente à fachada do local.

Enquanto o pai do menino, Jonathan Duran, falava ao telefone, ela abordou o garoto e disse que ele não poderia vender "essas coisas" ali. O caso ocorreu em 2015.

Em nota postada na página da loja no Facebook, a Animale diz que “sempre se posicionou de forma democrática em todas as sua expressões”.

6. Uma segurança do Shopping Pátio Higienópolis, em São Paulo, abordou o artista plástico Enio Squeff e perguntou se o seu filho, de 7 anos, estava o incomodando. Ela justificou a abordagem dizendo que possui ordens para não deixar mendigos importunarem os clientes. Enio é branco e seu filho é negro.

Em seu relato no Facebook, Enio Squeff contou que a segurança pediu desculpas e disse que estava apenas cumprindo ordens da casa e que tem orgulho de ser negra.

Em nota enviada ao Estadão, a assessoria de imprensa informou que “o Shopping Pátio Higienópolis reforça que todos os frequentadores são sempre bem-vindos, sem qualquer distinção".

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7. O gerente de uma concessionária da BMW na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, disse a um garoto negro de 7 anos que ele não deveria ficar no loja pois aquele não era local para ele. Tudo isso foi dito na frente dos pais do menino, que são brancos e estavam na loja para olhar um automóvel.

      

O caso aconteceu em 2013. Ronald Munk e Priscilla Celeste, pais do garoto, criaram a página no Facebook "Preconceito racial não é mal-entendido" porque a loja enviou um e-mail pedindo desculpas e dizendo que o episódio não passou de um mal-entendido.

Dois anos depois, a loja foi condenada por danos morais e teve que pagar uma multa de R$16 mil ao casal. Além disso, o estabelecimento precisou publicar duas vezes no 1º caderno do jornal O Globo, em 1/4 de página, a seguinte nota: "A concessionária Autokraft repudia todo e qualquer ato de discriminação racial e vem declarar que promove todos os esforços para garantir a igualdade racial".

8. Andre Couto assistiu do caixa do supermercado Princesa, no bairro Laranjeiras, Rio de Janeiro, seu filho de 12 anos ser abordado por um segurança, que retirou um chocolate das mãos do garoto. Após isso, o segurança tentou levar o menino para fora da loja à força. Andre e seu filho são negros.

      

O caso, ocorrido em 2017, foi registrado pelo pai no Facebook. No relato, Andre disse que o funcionário alegou ser um fiscal e que alguém teria dito algo sobre o seu filho, por isso abordou o menino.

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