5 líderes de escolas de samba do Rio envolvidos com o crime

A polêmica envolvendo o suposto apoio financeiro do ditador da Guiné Equatorial à Beija-Flor não é o único problema do Carnaval do RJ; a Sapucaí está nas mãos de bicheiros, envolvidos com milícias e acusados de assassinato.

1. Rogério Andrade, patrono da Mocidade Independente de Padre Miguel, é bicheiro e acusado de assassinato.

Reprodução / Via odia.ig.com.br

Nos últimos 15 anos ele esteve foragido ou preso, acusado de envolvimento em homicídios e com a máfia dos caça-níques. Rogério já sofreu atentado à bomba em 2010 (que matou o seu filho, Diogo, de 17 anos).

Já foi condenado a 19 anos e 10 meses de prisão pelos crimes em 2002, mas teve o julgamento anulado pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Rogério livrou-se da acusação de assassinato de seu primo, Paulo Roberto de Andrade, mas foi apontado como mandante da execução do ex-segurança Antônio Carlos Macedo.

2. Marcos Vieira, o "Falcon", vice-presidente da Portela, já foi preso por formação de quadrilha e citado em CPI por envolvimento com milícias.

Marcos Viera, o "Falcon" / Reprodução / Via extra.globo.com

Em 2011, Falcon foi preso quando escoltava Paulo Ferreira Júnior, o Paulinho do Gás, integrante de milícia chefiada pelo vereador Luiz André Ferreira da Silva, o Deco.

O sargento da PM entrou em uma delegacia portando arma e munição de uso restrito das Forças Armadas. Foi autuado por formação de quadrilha e investigado pela CPI das Milícias. Em 2014 fez parte da chapa que ganhou as eleições pelo comando da Portela. Falcon também foi acusado de homicídio, mas foi inocentado do crime.

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3. Luizinho Drummond, presidente da Imperatriz Leopoldinense, é ligado ao crime organizado, investigado por assassinato e responde a processos de extorsão e envolvimento com o jogo do bicho.

Reprodução / Via oglobo.globo.com

Foi condenado em 1993 a seis anos de prisão e mais nove em 1998 por ligação com o crime organizado. Desde 2012 é investigado pela execução do ex-diretor de bateria da escola que preside. Responde a vários processos ligados à máfia de caça-níquel e contravenção, em liberdade.

4. Anísio Abrahão David, patrono da Beija-Flor, participou de quadrilha ligada à máfia dos caça-níqueis e jogo do bicho.

Reprodução / Via ultimosegundo.ig.com.br

A família de Anísio, de origem judaico-libanesa, tem forte influência política na região de Nilópolis, cidade da escola Beija-Flor. Foi preso pelo menos quatro vezes e foi investigado por diversas operações da Polícia Federal, como Dedo de Deus e Hurricane. Em uma das ocasiões, policiais desceram de rapel até o apartamento de Anísio para evitar a destruição de provas.

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5. Airton Jorge Guimarães, ex-presidente da Vila Isabel e ex-patrono da Viradouro, acusado de torturar no regime militar e ligado à máfia do jogo do bicho e dos caça-níqueis.

Capitão Guimarães, em notícia do jornal "Extra" / Via extra.globo.com

Conhecido como Capitão Guimarães, o ex-oficial do DOI-Codi (órgão subordinado ao Exército, de inteligência e repressão do governo brasileiro durante o regime militar), já foi preso em várias operações da polícia. Cumpriu três anos, em 1993. Responde a vários processos que o ligam à máfia do jogo do bicho e a dos caça-níqueis. O Grupo Tortura Nunca Mais lista sete vítimas de torturas supostamente praticadas por ele.

Airton exerce muito poder e influência até hoje, sendo chamado de "todo-poderoso" da Vila Isabel. Ex-presidente da Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba), ele é chamado muitas vezes de "comandante" e ainda dá as ordens na escola conhecida por ser a de Martinho da Vila.

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