4 pensamentos que tive ao jogar "The Last of Us - Parte II"

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Na última sexta-feira (19) finalmente foi lançada a continuação do jogo "The Last of Us", grande sucesso de 2013 e um dos jogos mais populares de PlayStation dos últimos anos.

Reprodução/Naughty Dog

A "Parte II" mal chegou e já gerou ~burburinho~ entre a comunidade gamer e dividiu opiniões, com pessoas considerando o jogo o melhor lançamento do ano, e outras pessoas ficando REVOLTADÍSSIMAS e chamando o jogo de controverso, polêmico, e outras coisas kkkkk.

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Passei os últimos 3 dias basicamente vivendo entre comer, dormir e jogar e já tenho algumas opiniões sobre a "Parte II". Não vou dar nenhum grande spoiler a seguir então pode ler sem medo, mas se você não quiser saber nenhum detalhezinho antes de jogar e quiser comprar o seu agora, é só descer um pouco o post e pular os primeiros itens abaixo.

1. É um jogo corajoso.

Reprodução/Naughty Dog

Ao longo das diversas horas da narrativa, você joga com mais de um personagem em diferentes momentos. A história se passa 5 anos depois da "Parte I", com a Ellie já crescida e vivendo na mesma comunidade em que Joel e o irmão dele, Tommy, vivem.

Digo que é um jogo corajoso porque ele faz escolhas narrativas ousadas e te coloca na pele de personagens que te fazem levantar questionamentos morais, rever conflitos por outras perspectivas e muitas vezes você vai se perguntar "tá, mas quem é inimigo, quem é do bem, o qq tá acontecendo pelamordedeus!!!". Lá pela metade do jogo, rola uma mudança BRUSCA na narrativa e você fica 100% "nossa o que rolou" das ideias. E bom, é só isso que eu consigo dizer sem dar spoilers, hahahaha.

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2. É um jogo violento.

Reprodução/Naughty Dog

BEM violento. Esta foi uma das grandes críticas que vi pela internet, sobre como a violência gráfica e psicológica da "Parte II" por vezes passa dos limites do aceitável. Mas olha, estamos falando de um jogo pós-apocalíptico em um mundo dominado por zumbis, com personagens em busca de vingança que caem no meio de um conflito entre duas facções criminosas que lutam pela sobrevivência e dominação, sendo que uma delas é um culto religioso extremista e assassino. Não tem muito como escapar da violência nesse rolê, né.

3. Apesar disso, é um jogo bem humano.

Reprodução/Naughty Dog

O tema principal da "Parte II" talvez seja a reflexão sobre as consequências de uma busca por vingança a qualquer custo. Ao mostrar diferentes lados da mesma história, temos uma visão mais aprofundada das motivações de cada personagem e fugimos de uma trama "maniqueísta"; entre as grandes sequências de ação e fugas de zumbis que explodem na sua cara, "The Last of Us" entrega vários momentos genuínos de uma personagem que, apesar de tudo, ainda é uma adolescente e tem questionamentos e angústias de uma pessoa de 19 anos, ou uma pessoa que tenta sair da espiral de abuso de poder e se questiona se ainda faz sentido lutar por um ideal que já se perdeu, ou um jovem que só quer entender sua identidade de gênero no meio de todo o caos. Aliás, falando nisso...

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4. É um jogo com personagens diversos.

Divulgação/Naughty Dog

Sinceramente não faz mais do que o mínimo, mas como ainda é difícil ver uma representatividade boa em produtos de entretenimento com o alcance que "The Last of Us" tem, vale destacar aqui sim.

Sem entrar em muitos detalhes, mas ao longo da história da "Parte II", acompanhamos personagens de diferentes etnias, que expressam sua orientação sexual e identidade de gênero de formas naturais e leves, sem que estas características sejam vistas como peculiares, escape de humor ou estereotipadas. O preconceito ainda está ali – tem pelo menos duas sequências que mostram violência psicológica contra uma pessoa lésbica e contra uma pessoa trans, o que indica que mesmo com o mundo acabando, a LGBTIfobia ainda existe (mas que surpresa, não?). A relação de "The Last of Us - Parte II" com questões LGBTI+ não é perfeita, mas é um grande passo na direção certa.

A chuva de comentários negativos sobre "como o jogo estragou sua história para seguir uma agenda de diversidade" e outras coisas do tipo só mostram que ativamente incluir diversidade nas narrativas (e nas equipes de desenvolvimento também, vale apontar) é cada vez mais imprescindível. Não curtiu? Bom, ¯\_(ツ)_/¯.

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