21 ótimos livros para ler em 2021

Indicados pelo Mateus Baldi, do instagram @resenhadebolso.

1. Trilogia "Esboço", Rachel Cusk (Todavia)

Todavia Livros / Via todavialivros.com.br

Faye, a protagonista, é uma escritora que escuta os outros. Não há uma grande história e nada que seja mais superlativo do que isso – uma trilogia sobre alteridade e boas histórias onde nada acontece e, justamente por isso, tudo acontece. Os dois primeiros volumes, "Esboço" e "Trânsito", já foram publicados em português. O terceiro livro, "Mérito", sai em 2021. Tradução de Fernanda Abreu.

2. "Cidadã", Claudia Rankine (Edições Jabuticaba)

Edições Jabuticaba / Via edicoesjabuticaba.com.br

Mistura de relato pessoal, poesia e ensaio, o livro mais premiado da jamaicana Claudia Rankine é um relato brutal sobre a existência da população negra sob a égide do racismo. Absolutamente necessário. Tradução de Stephanie Borges.

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3. "Solução de Dois Estados", Michel Laub (Companhia das Letras)

Companhia das Letras / Via companhiadasletras.com.br

Melhor livro que li em 2020, trata-se de uma investigação profunda e objetiva sobre a questão da intolerância brasileira nos últimos anos. E tome política, milícias, neopentecostais e uma discussão potente sobre o papel da arte no debate público.

4. "Suíte Tóquio", Giovana Madalosso (Todavia)

Todavia Livros / Via todavialivros.com.br

Neste novo romance de Giovana Madalosso, a classe média é exposta em todas as suas feridas quando a filha de um casal em crise é sequestrada pela babá.

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5. "Enquanto Os Dentes", Carlos Eduardo Pereira (Todavia)

Todavia / Via todavialivros.com.br

Antônio, um cadeirante homossexual e negro, precisa atravessar a cidade. Em menos de 100 páginas, a estreia de Carlos Eduardo Pereira vai do racismo ao Exército. Pesado e sensível na medida certa.

6. "O Avesso da Pele", Jeferson Tenório (Companhia das Letras)

Companhia das Letras / Via companhiadasletras.com.br

O romance de Jeferson Tenório, carioca radicado em Porto Alegre, é daquelas gratas surpresas: força e sensibilidade se aliam na história de um professor negro covardemente assassinado pela polícia.

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7. "Stoner", John Williams (Rádio Londres)

Rádio Londres / Via radiolondres.com.br

A vida de um professor universitário que, desde o início, já sabemos que não conquistou nada de mais em sua vida. Do nascimento à morte de Stoner, John Williams narra todas as potências da vida. Comovente, singelo e sobretudo belo. Livraço. Tradução de Marcos Maffei.

8. "A Vista Particular", Ricardo Lísias (Alfaguara)

Meu livro favorito para compreender o Rio de Janeiro dos anos 2010. Ricardo Lísias abusa do absurdo, retorce a realidade e joga com as possibilidades de se fazer literatura. Um livro para chorar de rir – de nervoso.

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9. "2666", Roberto Bolaño (Companhia das Letras)

Companhia das Letras / Via companhiadasletras.com.br

O livro da minha vida. Monstruoso, maximalista, inacabado – mas não incompleto: em suas quase mil páginas, a obra-prima de Roberto Bolaño conjuga 5 romances, a discussão sobre o papel da literatura e centenas de páginas descrevendo cadáveres de mulheres na fronteira. Excelente. Tradução de Eduardo Brandão.

10. "Meu Ano de Descanso e Relaxamento", Ottessa Moshfegh (Todavia)

Todavia / Via todavialivros.com.br

Na Nova York do ano 2000, uma garota rica decide passar seus dias assistindo a filmes da Whoopi Goldberg e dormindo à base de remédios tarja-preta. Mordaz e sem nenhum descanso – muito menos relaxamento –, eis um livraço labiríntico. A última página é uma aula de escrita. Tradução de Juliana Cunha.

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11. "Pssica", Edyr Augusto (Boitempo)

No norte do Brasil, em menos de 100 páginas, piratas de rio e traficantes de mulheres se misturam num dos livros mais violentos, realistas e profundos da última década. Leiam Edyr Augusto pra ontem.

12. "O Amante", Marguerite Duras (Tusquets)

Planeta de Livros / Via planetadelivros.com.br

Relançado pela Tusquets após ser publicado pela extinta Cosac Naify, o clássico da autora francesa é as memórias da juventude no Vietnã sob domínio francês, quando a narradora se apaixonou por um rico chinês. Poético, por vezes brutal, é daqueles livros incontornáveis. Tradução de Denise Bottman.

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13. "Nove Histórias", J. D. Salinger (Todavia)

Todavia / Via todavialivros.com.br

O livro de contos por excelência. A família Glass e suas idiossincrasias surge aqui numa prosa cadenciada e fluidíssima que vai do cotidiano ao misticismo oriental. Descubram Salinger para além de Holden Caulfield. Para ontem. Tradução de Caetano Galindo.

14. "A Montanha Mágica", Thomas Mann (Companhia das Letras)

Companhia das Letras / Via companhiadasletras.com.br

Um dos melhores romances dessa vida. A formação de Hans Castorp – a implosão da Europa pré-Primeira Guerra – em um sanatório suíço é daquelas expedições literárias que todo mundo precisa empreender pelo menos uma vez. Algumas partes beiram o sublime. Tradução de Herbert Caro.

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15. "Com Armas Sonolentas", Carola Saavedra (Companhia das Letras)

Companhia das Letras / Via companhiadasletras.com.br

Último romance de Carola Saavedra – e também o seu melhor –, Com armas sonolentas é a história de três mulheres. Místico, assustador, sublime: daqueles livros obrigatórios.

16. "Argonautas", Maggie Nelson (Autêntica)

Autêntica / Via grupoautentica.com.br

Excelente para quem deseja conhecer a teoria Queer e as múltiplas vivências LGBTQIA+, "Argonautas" é a história da relação de Maggie Nelson com Harry, seu marido – um homem trans. Tudo isso regado a dezenas de citações e uma prosa deliciosa. Tradução de Rogério Bettoni.

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17. "Marrom e Amarelo", Paulo Scott, (Alfaguara)

Companhia das Letras / Via companhiadasletras.com.br

Talvez o melhor romance brasileiro recente a tratar do racismo estrutural, "Marrom e Amarelo" foi injustamente esnobado nas premiações. A história de dois irmãos negros – um de pele clara, outro de pele escura – é necessária para todo mundo que deseja compreender o país em que vive.

18. "O Martelo", Adelaide Ivánova (Garupa)

Garupa / Via leiagarupa.com

Os poemas de Adelaide Ivánova são cortantes. Duros. Difíceis. As mulheres e toda sua potência surgem em versos que denunciam o patriarcado e pintam as mãos de vermelho – sangue. Imperdível.

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19. "Como Se Sstivéssemos em Palimpsesto de Putas", Elvira Vigna

Companhia das Letras / Via companhiadasletras.com.br

Meu livro brasileiro preferido dos anos 2010. Num verão escaldante, em um escritório no Rio de Janeiro, uma designer escuta as aventuras sexuais que seu companheiro de trabalho teve com prostitutas – e nos conta. Tudo o que a boa literatura pode oferecer está aqui.

20. "Preocupações", Ana Guadalupe (Edições Macondo)

Macondo / Via edicoesmacondo.com.br

O mais recente livro de poesias de Ana Guadalupe, trata-se de uma observação arguta das angústias de nossos tempos. A dicção ora é melancólica, ora é bem-humorada. Das belas surpresas do fim da década. Vá sem medo.

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21. "Batendo Pasto", Maria Lúcia Alvim (Relicário)

Relicário / Via relicarioedicoes.com

Publicado após um esforço dos poetas Ricardo Domeneck e Guilherme Gontijo Flores, "Batendo Pasto" permaneceu inédito por 40 anos. Sua autora é dona de versos de enorme força e este livro é lindo. Leiam Maria Lúcia Alvim.

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