17 mulheres fotógrafas que fizeram história com seu trabalho
Infelizmente, muitas nunca chegaram a receber o devido reconhecimento.
Margaret Bourke-White (1904–1973):
Margaret Bourke-White / Whitney Museum of American Art, New York / Gift of Sean Callahan
Reconhecida como a primeira fotógrafa de guerra dos Estados Unidos, Margaret Bourke-White tirou fotos expressivas e comoventes que definiram a cultura americana em meados do século 20. Em 1936, a primeira edição da revista "Life" apresentou sua cobertura da construção da barragem Fort Peck (EUA) em sua capa, enquanto o trabalho icônico sobre assuntos variando da Grande Depressão ao Holocausto garantiu seu legado como uma das maiores fotojornalistas da história.
Durante o início do século 20, Consuelo Kanaga foi uma das poucas fotógrafas nos Estados Unidos que retratou as lutas sociais e políticas de afro-americanos, tirando fotos de rostos famosos, como Langston Hughes e Countee Cullen. Suas imagens abrangiam gêneros de arte documental e modernista fundidos com uma mistura única de consciência social.
As fotos de Dorothea Lange na década de 1930 ajudaram a definir a imagem que as pessoas faziam da Grande Depressão nos Estados Unidos. Sua foto icônica intitulada "Mãe Migrante" não só trouxe a Depressão para as salas de estar dos americanos em todo o país, como também foi capaz de conectar os que foram e os que não foram afetados pela crise. A "Mãe Migrante" não só captura os conflitos do Dust Bowl como também revela a perseverança da maternidade contra todas as adversidades.
Anna Atkins fez a ponte entre a fotografia e seu papel como ferramenta científica. Trabalhando com botânica em meados do século 19, ela aproveitou essa nova tecnologia para documentar seus espécimes usando um processo sensível à luz conhecido como cianótipo. Sua publicação de 1843 "Photographs of British Algae: Cyanotype Impression" marcou a primeira vez que um livro foi ilustrado com fotografias e solidificou a importância do meio nas ciências.
Apesar de uma curta carreira de apenas 11 anos, Julia Margaret Cameron sustentou seu lugar na história da arte com seus retratos distintos e oníricos. Ela geralmente incorporava temas místicos e literários para ajudar a criar imagens que pareciam de outro mundo — um estilo de fotografia que se tornou amplamente popular durante o século 19.
Dentre o extenso portfólio que Gertrude Käsebier construiu ao longo de sua vida, estão imagens poderosas de temas como a maternidade e a feminilidade. Tomando como base a pintura, ela conseguiu misturar o brilho suave e as poses românticas da história da arte em um novo gênero de fotografia conhecido como Pictorialismo.
As imagens de Tina Modotti são o epítome da arte politicamente consciente, traduzindo sua ideologia radical esquerdista em obras de fotografia moderna. Enquanto comandava um estúdio de fotografia na Cidade do México durante a década de 1920, Modotti inspirou um grupo de amigos boêmios, pensadores e artistas revolucionários, incluindo Frida Kahlo, José Clemente Orozco e Diego Rivera.
Em muitos aspectos, Frances Benjamin Johnston ajudou a escrever o manual para os fotógrafos de celebridades de hoje. Ela chegou à proeminência no final do século 19, e seu estúdio em Washington, D.C., recebeu alguns dos rostos mais históricos dos EUA — figuras como Susan B. Anthony, Mark Twain e Booker T. Washington.
Aos 10 anos, em 1876, Alice Austen ganhou de presente de seu tio sua primeira câmera e ficou imediatamente viciada. Ao longo de sua vida, ela tirou milhares de fotos, clicando as pessoas, os lugares e as atrações da cidade de Nova York e seus arredores. Apesar de sua prolífica carreira, ela enfrentou relativa obscuridade e acabou morando na rua e pobre na sua velhice. Em 1970, sua casa em Staten Island foi adicionada ao Registro Nacional de Lugares Históricos e, em 1993, foi designada como Marco Histórico Nacional dos EUA.
Shima Ryū teria sido a primeira japonesa a tirar uma foto, usando um processo fotográfico pioneiro conhecido como placa úmida de colódio. Ela operou um estúdio fotográfico em Edo, no Japão, de 1865 a 1867 com o marido, Shima Kakoku (que está no retrato acima).
Em 1921, depois de terminar a escola em Nova York, Berenice Abbott foi para Paris, onde se encontrou no centro do cenário artístico de vanguarda da Europa. Alimentando-se dessa energia, ela voltou a Nova York em 1929 e voltou seus olhos para a paisagem urbana em transformação. Com o apoio da Works Progress Administration do governo dos EUA, as fotos de Abbott de Nova York capturaram o país em um momento de mudança extrema e definiram o tom para a fotografia de rua dos anos seguintes.
A carreira de Lee Miller começou aos 19 anos, quando ela foi quase atropelada por um carro na cidade de Nova York. Condé Nast, o editor da "Vogue", a salvou no último segundo e esse encontro casual ajudou a lançar sua carreira como modelo. Em 1929, Miller viajou para Paris para seguir carreira como artista surrealista e, em 1932, voltou para Nova York para abrir seu próprio estúdio fotográfico. Quando a Segunda Guerra Mundial explodiu, ela foi nomeada fotógrafa de guerra oficial da "Vogue". Durante o conflito, ela fotografou alguns dos aspectos mais horríveis da guerra, incluindo a Blitz, o primeiro uso do napalm e os campos de concentração em Dachau e Buchenwald.
Na mídia em meados do século 20, os americanos eram frequentemente retratados como certinhos e pró-família. No entanto, Diane Arbus via o país pelo que era — uma terra de desajustados. Ela gravitou em direção aos marginalizados, capturando retratos do que muitos consideravam na época "aberrações", como pessoas com nanismo, pessoas transgêneras, artistas de carnaval e nudistas. Como professora de fotografia em Nova York, ela inspirou uma geração inteira de jovens fotógrafos a perseguir o imperfeito e o obscuro em seu trabalho.
A série inovadora de autorretratos de Cindy Sherman, "Untitled Film Stills" (1977-1980), a colocou no papel de uma donzela de Hollywood em um filme noir clássico. Essas imagens não só apontam para estereótipos que muitas vezes as mulheres são obrigadas a retratar no cinema como oferecem uma crítica sobre a saturação de imagens na mídia. Hoje, Sherman é conhecida como uma das artistas mais prolíficas de sua geração e continua a produzir trabalhos com foco na crítica cultural.
Por meio de fotografias, áudios, esculturas e instalações, o trabalho de Carrie Mae Weems aborda temas de identidade cultural, gênero e classe em relação à história da comunidade negra nos EUA. Um dos seus projetos mais tocantes e inovadores, "The Kitchen Table Series" (1990), conta a história da vida de uma mulher à medida que ela envelhece no contexto de uma mesa de cozinha, criando uma narrativa emotiva que atinge o coração da vida doméstica. Em 2013, Weems foi premiada com o MacArthur Fellows e hoje é considerada uma das artistas contemporâneas mais influentes do mundo.
Durante o início da década de 1980, Nan Goldin apontava sua câmera para o que ela conhecia melhor — seus amigos. Sua série "The Ballad of Sexual Dependency" é composta por quase 700 fotos tiradas em Nova York, Boston e Berlim, cada uma capturando a realidade da maioridade em meio ao uso generalizado de drogas e à crise da AIDS. Nos anos 90, quase todos os seus retratados tinham sucumbido a uma dessas realidades. Seu trabalho ficou conhecido por seu realismo em capturar as provações e tribulações que os jovens enfrentavam durante a década de 1980.
Carol Guzy é a única jornalista que recebeu o Prêmio Pulitzer quatro vezes e foi a primeira mulher a receber o prêmio Newspaper Photographer of the Year. Como fotógrafa da equipe do jornal "The Washington Post" desde 1988, ela capturou a tragédia e o triunfo da humanidade em todo o mundo, proporcionando uma janela visual em eventos como a erupção do vulcão colombiano Nevado del Ruiz em 1985 e a devastação no Haiti após o terremoto de 2010.
Este post foi traduzido do inglês.