14 momentos que marcaram a vida de mulheres lésbicas e bis no Brasil

No mundo sapatônico a gente espera acontecimentos!

1. Quando Marina Lima contou que Gal Costa foi sua primeira transa lésbica.

http://Reprodução/MTV/marinalima.com.br

Em 2008, Marina deu uma entrevista à revista Joyce Pascowitch que deu muito o falar:

"(...) Aí eu soube que essa mulher, que era meu grande ídolo, transava com mulher. Foi um choque, mas aquilo abriu uma porta para mim. Até que, enfim, eu conheci a Gal. Eu tinha 16, 17 anos, e ela começou a brincar de sedução comigo. Fiquei em pânico e voltei para os Estados Unidos (...) eu vi que eu queria experimentar, e que a pessoa que eu queria era ela. Voltei para o Brasil, com uma fita e assinei um contrato com a Warner aos 17 anos. E me aproximei da Gal e acabei transando com ela."

Deu um bafafá danado e houve boatos de que a cantora iria processar Marina na época.

2. A pegada de Daniela Mercury em Alinne Rosa.

Reprodução/Cheiro de Amor LTDA / Via youtube.com

Alguns anos antes de se assumir publicamente, durante a gravação de um DVD da banda Cheiro de Amor, a cantora Daniela Mercury surpreendeu o público ao dar um beijo de tirar o folêgo em Alinne Rosa, vocalista da banda baiana. A música? "Uma Noite e Meia", clássico de Marina Lima.

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3. Quando Ana Carolina se assumiu bissexual na Veja.

Reprodução/Abril / Via ofuxico.com.br

Em 2005, a cantora Ana Carolina se assumiu bissexual em entrevista à revista de maior circulação do país. "Acho natural gostar de homens e mulheres", disse. Mas ela também declarou que seria "contra essa postura de levantar bandeiras para defender o homossexualismo", comentário que desagradou militantes LGBTQ na época.

A capa é até hoje um marco da visibilidade bissexual, identidade que a cantora precisou reafirmar mesmo dez anos depois. Hoje, Ana Carolina vive um relacionamento com a atriz Letícia Lima que já dura cinco anos.

Shippamos demais!

4. Quando Leci Brandão, lésbica e negra, foi a primeira artista da MPB a falar abertamente sobre sua sexualidade.

Reprodução/Lampião / Via memoriamhb.blogspot.com.br

Enfrentando o racismo e a lesbofobia, Leci deu uma entrevista ao jornal gay Lampião da Esquina e, de acordo com a historiadora Rita Colaço, se tornou a primeira artista da MPB a falar com naturalidade sobre sua homossexualidade. A cantora ainda ousou ao abordar o tema do amor "entendido", como se falava na época, em músicas como “Deixa pra lá”, “Ombro Amigo”, “As pessoas e eles” e “Essa tal criatura”.

Viva Leci!

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5. A morte do casal Leila e Rafaela na explosão do shopping em "Torre de Babel".

Reprodução/Globo / Via youtube.com

Em 1998, a Globo colocava no ar o casal bem-sucedido Leila (Silvia Pfeiffer) e Rafaela (Christiane Torloni). Para completar, a música tema das duas era "Vambora", da Adriana Calcanhotto. Mais sapatão impossível, né?

Vítimas do preconceito da imprensa e do público, as personagens sofreram grande rejeição e acabaram eliminadas da trama de Silvio de Abreu. As personagens morreram na famosa explosão do shopping, mas, a cena de despedida contou com uma grande sacada. Segundos antes da explosão, elas têm o seguinte diálogo:

"- Mas por quê?

- Sei lá. Uma coisa como essa tem explicação? (...) Tem sim. Só pode ser esse maldito preconceito."

O prédio foi pelos ares, mas o casal permanece em nossos corações!

6. O selinho entre Clara e Rafaela em "Mulheres Apaixonadas".

Reprodução/Globo / Via extra.globo.com

No ano de 2003, as adolescentes Clara (Alinne Moraes) e Rafaela (Paula Picarelli) formariam o primeiro casal lésbico (mais ou menos) aceito pelos telespectadores brasileiros. Elas não se pegaram durante toda a novela, mas pelo menos o último capítulo teve direito a um breve selinho entre as duas - vestidas de Romeu e Julieta. Um marco na história da telinha e no coração de muitas sapas. Quem não ficava pensando na crush ao som de "Vivir Sin Aire"?

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7. O primeiro (ou segundo) beijo lésbico da televisão brasileira.

Reprodução/SBT / Via paroutudo.com

Você acha que o primeiro "beijo gay" em uma novela foi entre Félix e Niko em "Amor à Vida"? Ledo engano! Em 2011, o SBT levou ao ar um beijaço entre a advogada Marcela (Luciana Vendramini) e a jornalista Marina (Gisele Tigre) na novela "Amor e Revolução".

O beijo gerou polêmica e o canal voltou atrás na decisão de mostrar cenas mais calientes das duas. Na reta final, entretanto, a emissora fez uma enquete em seu site para saber se os espectadores queriam que Marcela e Marina ficassem juntas. Com 82% dos votos, o público decidiu que elas mereciam sim um final feliz!

Agora, o que muita gente nem desconfia é que o primeiro beijo lésbico da televisão brasileira rolou décadas antes, em 1963, quando Vida Alves e Géorgia Gomide beijaram-se no teleteatro "A Calúnia", exibido na TV Tupi. Anos 60, tá, meu bem?!

8. A partida de Cássia Eller.

Reprodução/IMAGEM FILMES / Via livrariacultura.com.br

A noite de 29 de dezembro de 2001 ficou marcada na memória de muitas de nós. Símbolo de irreverência, da recusa aos padrões de gênero e da heteronormatividade, Cássia Eller também teve grande importância no debate sobre homoparentalidade e sobre direitos civis de homossexuais no Brasil após sua morte.

Eller foi casada por 14 anos com Maria Eugênia Martins, com quem criou o filho Chicão. Na época, o pai da artista declarou à imprensa que iria lutar pela custódia do neto e a administração de seus bens. Em uma histórica decisão da Justiça, Maria Eugênia venceu o processo e tornou-se a primeira mulher no Brasil a conseguir a guarda definitiva do filho gerado pela esposa.

O legado de Cássia Eller segue vivo, seja em suas músicas, que ainda embalam muitos de nossos momentos, seja no cotidiano de milhares de famílias homoparentais! \o/

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9. "Eu colo Velcro!"

Reprodução/Globo Filmes / Via youtube.com

A cena em que Laura (Paloma Duarte) escancara sua sapatonice em "A Partilha" tornou-se um hino da visibilidade lésbica, com direito até a sample em música eletrônica conceitual. No filme, Duarte interpreta a mais nova de quatro irmãs, que se reencontram no enterro da mãe.

“Eu gosto de mulheres! Sou sapatão, eu sou sargento, fanchona, lésbica, eu colo velcro, eu gosto de colocar a aranha pra brigar!”

10. Daniela Mercury saindo do armário - e casada!

Os fãs mais atentos já sabiam, mas a declaração surpreendeu muita gente. Em abril de 2013, a cantora baiana fez um post no instagram em que, não só assumia sua sexualidade, como anunciava que havia se casado! A sortuda foi a jornalista Malu Verçosa, com quem Mercury está até hoje. A união das duas foi assunto nos principais noticiários e revistas do país. Desde então, a rainha do axé music posiciona-se ativamente em defesa dos direitos LGBTQ: ao lado de Malu, é embaixadora da campanha Livres & Iguais, da ONU.

Em entrevista ao youtuber Matheus Massafera no ano passado, Mercury afirmou sua identidade lésbica, para não deixar dúvidas a ninguém: "Eu não sou gay não, eu sou sapa. Sapa, sapatinha, girina, sapatilha. Como é que falam? Estou quase fazendo uma canção”. Já queremos!

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11. #Clanessa no "BBB14".

Reprodução/BBB / Via wp.clicrbs.com.br

Clara Aguiar e Vanessa Mesquista se beijaram pela primeira vez na segunda festa do "BBB 14" e não desgrudaram mais. O primeiro "casal gay" da história do reality conquistou um fã-clube dedicadíssimo, formado majoritariamente por meninas, que batizaram as paulistas de "Clanessa". A hashtag #Clanessa movimentou intensamente as redes sociais durante e após o programa.

A mobilização foi tão grande que as duas passaram por 6 paredões até chegarem à final com a advogada Angela Munhoz, a primeira final só de mulheres da história do BBB! Ativista e protetora dos animais, Vanessa foi a eleita do público e levou para casa o prêmio de 1,5 milhão de reais.

12. Ellen Oléria vencendo o "The Voice Brasil".

Reprodução/Globo / Via gshow.globo.com

A cantora brasiliense conquistou o público na grande final da primeira edição do "The Voice Brasil" em 2012, levando para a casa R$ 500 mil e um contrato com a Universal Music. No ano seguinte, casou-se com a assessora Poliana Martins, numa cerimônia realizada em um cartório em Brasília.

Hoje, Oléria colhe os frutos de viver a sua verdade: em 2016, lançou o álbum "Afrofuturismo" que marca sua volta à produção independente e autoral, e estreou como apresentadora do "Estação Plural", na TV Brasil, primeiro programa LGBTQ da TV aberta.

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13. Quando Fernanda Gentil tornou-se a primeira jornalista assumidamente lésbica da maior emissora de televisão do país.

Mãe de dois filhos, Lucas, 2, e Gabriel, 9, Fernanda Gentil assumiu em setembro de 2016 que estava namorando a também jornalista Priscila Montadon. Em declaração à colunista Fernanda Pontes do Jornal O Globo, a apresentadora do "Esporte Espetacular" disse:

"Estou só exercendo o meu direito de ser muito, muito feliz. Tenho apenas um recado, e é para os meus filhos, que mais cedo ou mais tarde podem ler ou ouvir tudo por aí: lembrem de não se importarem com tudo o que dizem sobre nossa vida - o que vale é que a mamãe fala com vocês em casa, olhando nos seus olhos. Não é o que vestimos que muda quem somos, e sim o que fazemos. Lembrem também, sempre, do nosso amor, que não tem cor, sexo ou raça. Amo vocês."

Ô família linda!

14. O ouro de Rafaela Silva nas Olimpíadas do Rio.

A judoca Rafaela Silva fez história ao levar para a casa a primeira medalha de ouro do Brasil nas Olimpíadas de 2016. Mulher, negra, lésbica e moradora da Cidade de Deus, Silva sofreu muito com o preconceito e a opressão ao longo da sua carreira, sendo vítima de ataques racistas após sua eliminação nos jogos Olímpicos de Londres, quatro anos antes.

Após a vitória nos tatames, a lutadora comprou um imóvel para ela e a noiva, Thamara Cezar, em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio. As duas ficaram noivas em dezembro de 2017, quando Thamara pediu Rafaela em casamento na Disney.

Ela merece! <3

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