14 coisas que você precisa saber para perder o medo de fazer terapia

Terapia não é coisa de doido.

1. A terapia te ajuda a ser uma versão melhor de você mesmo.

Para perder o medo do que vai encontrar em uma terapia, vamos começar esclarecendo o trabalho de um psicólogo(a). Em entrevista ao BuzzFeed Brasil, a psicóloga Daiana Rauber, especialista em atendimento para adultos e adolescentes explica: “Psicólogo não lê mentes e terapia não é coisa de doido, nem nada do tipo. O psicólogo é um profissional com a preparação necessária para construir, junto com você, um caminho de desenvolvimento e crescimento pessoal”.

Entenda a terapia como uma necessidade da sua saúde, no caso a saúde mental. Lembre-se de que se você tem uma dor de dente vai ao dentista, se tem dores nas costas vai ao ortopedista e se quer se alimentar melhor procura um nutricionista, certo? “Quando você começa a ter dificuldades em lidar com questões do seu dia a dia, com as pessoas com quem se relaciona ou até mesmo com os seus próprios pensamentos e sentimentos, deveria procurar um psicólogo. Para ser a melhor versão de si mesmo, vá a um psicólogo. A psicologia pode e deve estar associada à positividade, a uma vida mais leve, com mais saúde emocional e qualidade de vida", diz Daiana.

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2. Tudo começa como se fosse uma entrevista.

Vamos ser bem práticos e realistas: no primeiríssimo encontro rola uma entrevista em que você conta um pouco sua história, explica para o psicólogo por que está procurando terapia e quais são suas expectativas. A partir das primeiras sessões você e o psicólogo criam um vínculo. Vamos lembrar de algo importante: é na primeira sessão que vocês combinam pagamentos, periodicidade das sessões e outras questões contratuais.

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3. Você vai encontrar alguém interessado em te ouvir, sem julgamentos.

Em entrevista ao BuzzFeed Brasil, a psicóloga Renata Pazos, especialista em psicoterapia analítica e abordagem corporal, explica que a terapia é um espaço de acolhimento e escuta verdadeira. Ela reforça também que toda sessão é livre de julgamentos. Então você pode falar sobre todo e qualquer assunto, desde que esteja disposto e aberto, claro. E tudo bem se essa disposição acontecer depois de um tempo: talvez você precise de algumas sessões para isso.

4. Seja livre para se abrir sobre seus sentimentos.

Já falamos sobre o que você deve encontrar na terapia, agora vamos para o que você deve fazer na terapia. Primeiro, se abra, fale à vontade sobre você e seus sentimentos. Renata Pazos explica que assim, e com ajuda do psicólogo, a pessoa pode “ampliar o olhar sobre coisas já conhecidas”.

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5. Você pode se preparar pensando em temas e perguntas.

Não é obrigatório, mas você pode pensar e anotar quais pontos da sua vida você precisa melhorar e sobre os quais gostaria de falar. Um relacionamento ruim, problemas em família, distúrbios alimentares ou uma tristeza sem explicação clara, por exemplo. Leve todas as suas ideias e dúvidas para a sessão e pergunte à vontade: o terapeuta está ali para isso.

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6. Saiba desde já que você não vai encontrar soluções mágicas.

Nada se resolve de uma hora para outra e não vai ser na terapia que isso vai acontecer. Não estamos falando de uma receita de torta de frango fácil ou de um cabeleireiro que vai deixar seu visual lindo em uma sentada. É preciso ter paciência.

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7. E você também não vai encontrar conselhos milagrosos.

É bom entender que o psicólogo vai te ajudar, mas sem dar conselhos milagrosos. Não é na terapia que você vai dar de cara com “alguém que irá mandar você fazer isso ou aquilo, julgar se você está certo ou errado ou impor uma crença ou opinião. Felizmente, o processo é mais profissional, ético e personalizado do que isso”, explica Daiana Rauber.

8. Os bons resultados virão, mas é impossível saber quando.

Renata reforça que é impossível dizer a partir de quantas sessões as pessoas podem esperar bons resultados para o que estão buscando. “É algo absolutamente individual e subjetivo”, diz a psicóloga. Mas fique tranquilo, a psicologia é uma ciência comprovada e que produz, sim, bons resultados.

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9. Mas você pode perceber melhoras já no começo do processo, e nem toda terapia leva anos.

Não é porque não se pode prever quantas sessões uma pessoa precisa para alcançar bons resultados que uma terapia obrigatoriamente vai ser longa. A psicóloga Daiana conta que existem “psicoterapias breves", com um processo mais rápido.

"Se eu pudesse deixar um recado neste sentido seria: não se desmotive por causa daquela ideia de anos e anos a fio de terapia. Apesar de – na maioria das vezes – ser um processo de médio a longo prazo, muito provavelmente você irá se surpreender com os benefícios da psicoterapia na sua vida já no início do processo”, diz a psicóloga.

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10. O que você fala na terapia fica na terapia.

As sessões são todas sigilosas e o profissional que está te atendendo é proibido de divulgar ou falar sobre o que vocês conversaram com outras pessoas. Vale ressaltar que o código de ética do Conselho Federal de Psicologia é bem específico sobre essa questão: “É dever do psicólogo respeitar o sigilo profissional a fim de proteger, por meio da confidencialidade, a intimidade das pessoas, grupos ou organizações, a que tenha acesso no exercício profissional”.

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11. Você pode escolher um profissional com ajuda de amigos e com pesquisas na internet.

Você está pronto para a primeira sessão, mas não sabe onde encontrar um bom terapeuta? Peça indicações para amigos, conhecidos e familiares que já falaram sobre o assunto com você e que frequentam ou frequentaram uma terapia. Eles podem indicar um profissional acessível e que combine com você.

Outra ideia básica é dar um Google no nome do médico que você pretende frequentar. Você também pode procurar o profissional nas redes sociais e ler ou ver algo que ele tenha publicado. Muitos profissionais têm páginas no Facebook ou blogs nos quais tratam de assuntos relacionados a seu trabalho. Você também pode ir a uma palestra ou workshop para conhecê-lo melhor.

12. E se eu perceber que outra pessoa poderia fazer terapia?

Comportamentos diferentes das pessoas ao nosso redor (amigos, familiares, conhecidos, colegas de trabalho) podem ser sinais de que as pessoas se beneficiariam de terapia. Se você perceber isso, vale a pena conversar e saber se a pessoa está precisando ou gostaria de ter algum tipo de ajuda. Mas sem imposições, ok? “Achar que alguém precisa de terapia não significa que a pessoa precise, queira ou esteja pronta para isso. Caso a pessoa aceite a sugestão e a ajuda, uma indicação é uma bela forma de incentivo”, diz Renata.

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13. É possível conseguir atendimento psicológico gratuitamente no Brasil.

Todo mundo com plano de saúde tem direito a atendimento e sessões ilimitadas, de acordo com determinação recente da Justiça Federal, e o SUS (Sistema Único de Saúde) oferece atendimento gratuito no Brasil nos CAPS (Centro de Atenção Psicossocial). Faculdades de psicologia costumam oferecer atendimento gratuito para a comunidade. Algumas ONGs e empresas também oferecem esse serviço. Procure as opções de sua cidade. Saiba mais sobre os atendimentos gratuitos no Brasil aqui, no Psicologia Acessível.

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14. E se você sentir que precisa de ajuda urgente, pode ligar para o CVV.

Este post pode te ajudar para o futuro, certo? Mas se esse não for o caso e você estiver sentindo que precisa de ajuda imediatamente, entre em contato com o Centro de Valorização da Vida. Ligue para o número 188 ou entre no site e converse via chat, Skype ou e-mail.

Veja também:

14 coisas que os voluntários do CVV gostariam de te dizer

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