10 vezes em que o Congresso Nacional virou uma zona

Tiroteio, assassinato, quebra-quebra, briga, invasão, choque elétrico...

1. Arnon, pai do ex-presidente Fernando Collor, já atirou e matou um senador (e nem era quem ele queria acertar).

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Arnon de Melo, pai do ex-presidente Fernando Collor de Melo, disparou três tiros contra o senador e inimigo político Silvestre Péricles, em 4 de dezembro de 1963.

Mas as balas acertaram por engano outro parlamentar, o senador José Kairala, do Acre, que morreu em seu último dia de trabalho - ele era suplente e devolveria o cargo no dia seguinte para o titular, José Guiomard. Ele tinha 39 anos, três filhos e deixou uma mulher grávida.

Apesar de tudo ter acontecido dentro do Senado Federal, Arnon foi absolvido de todas as acusações.

2. Um policial militar levou uma flechada no pé durante protesto de índios na Câmara.

Divulgação/Polícia Militar

Em dezembro do ano passado, um grupo de índios protestou contra relatório do senador Romero Jucá (PMDB-RR) sobre projetos de demarcação de terras indígenas.

Os índios tentaram invadir a Câmara e houve conflito; a Polícia Militar usou spray de pimenta para conter o grupo e um dos policiais foi atingido por uma flechada no pé.

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3. Uma idosa de 79 anos levou uma gravata de um segurança durante manifestação no Congresso.

Reprodução/TV Globo

No fim de 2014, uma confusão aconteceu no Congresso quando manifestantes tentaram protestar contra lei que estabelecia mudança na meta fiscal do governo.

O tumulto começou quando o presidente do Congresso, Renan Calheiros, determinou a retirada dos manifestantes após a senadora Vanessa Grazziotin (PC do B-AM), que discursava da tribuna, ter sido chamada de "vagabunda" por manifestantes --segundo outros parlamentares, o grito era na verdade de "vai para Cuba".

Eram cerca de 50 manifestantes, incluindo a aposentada Ruth Gomes de Sá, 79, que tomou uma gravata no pescoço de um segurança.

4. Raul Jungmann (PPS-PE) trocou socos com seguranças do Senado no mesmo dia em que Fernando Gabeira (PV-RJ) esmurrou e depois beijou (?) Tião Viana (PT-AC).

Divulgação / Raul Jungmann

Raul Jungmann (PPS-PE) trocou socos com os seguranças do Senado pelo direito de participar da sessão convocada para votar a cassação de Renan Calheiros (PMDB-AL).

Na mesma hora, o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) agrediu aos socos o senador Tião Viana (PT-AC). "Inadvertidamente, dei um soco nele. Mas agora nos beijamos e está tudo bem", disse Gabeira.

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5. Estudante foi eletrocutado à queima roupa por policial do Senado.

Agência Senado

Em 2011, policial do Senado usou um taser (arma de choque) contra estudante que protestava contra o novo Código Florestal. Após ser atingido, o estudante ficou desacordado e teve que ser carregado.

José Sarney (PMDB-AP), na época presidente da casa, determinou o afastamento do policial.

6. O dia em que o deputado Souto Maior (MDB-PE), pai do piloto Nelson Piquet, atirou em outro parlamentar.

Em 1967, durante uma discussão, o deputado Estácio Souto Maior (MDB-PE), pai do piloto Nelson Piquet, deu um tapa no também deputado Nelson Carneiro (MDB-RJ).

Decidido a dar o troco, Nelson comprou um revólver calibre 38 e alguns dias depois atirou em Souto, dentro da Câmara dos Deputados.

Souto Maior, que também estava armado, sacou seu próprio revólver e, mesmo ferido, disparou cinco vezes conta Nelson, que conseguiu esconder-se atrás de uma pilastra e sair ileso. Souto Maior não morreu com o tiro e ambos foram absolvidos de todas as acusações.

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7. A "dança da pizza", criada no plenário pela deputada federal Angela Guadagnin (PT-SP).

Em 2006, Angela Moares Guadagnin (PT-SP), na época deputada federal, ficou imortalizada por ter criado a "dança da pizza", quando fez uma dancinha para comemorar a absolvição do deputado João Magno (PT-SP), acusado de ter participado do mensalão.

Angela foi muito criticada e posteriormente pediu desculpas pela dança. Naquele ano não conseguiu reelerger-se; hoje é a líder da bancada do prefeito de São José dos Campos, Carlinhos Almeida, do PT.

8. José Sarney (PMDB-AP) desenhou o corpo de uma mulher de biquini enquanto seus colegas discursavam no plenário.

Folhapress

Em novembro do ano passado, Sarney "aproveitou" uma sessão para desenhar. Enquanto os colegas discursavam, o político riscava o corpo de uma mulher no papel.

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9. Quase 500 sem-terra invadiram a Câmara, viraram um carro na frente do Congresso e depredaram equipamentos.

Agência Câmara

Cerca de 500 sem-terra do MLST, dissidência do MST, invadiram em 2006 a Câmara dos Deputados. Mais de 40 pessoas ficaram feridas e um segurança da Casa ficou em estado de coma induzido.

Os manifestantes, que queriam fazer reivindicações para acelerar a reforma agrária, entraram em confronto com os seguranças. O tumulto durou mais de uma hora e os sem-terra destruíram vários equipamentos, vidros e depredaram um veículo.

10. Eduardo Suplicy (PT-SP) deu uma de juiz de futebol e mostrou cartão vermelho para José Sarney (PMDB-AP) e Heráclito Fortes (DEM-PI).

Wilson Dias/ABr

Em discurso no Senado em 2009, Eduardo Suplicy, na época senador de São Paulo pelo PT, protestou contra a permanência de José Sarney (PMDB-AP) na presidência da Casa. “O melhor passo para a saúde do Senado e do próprio Sarney é simbolizado neste cartão vermelho. Que ele deixe a presidência do Senado", disse Suplicy.

Heráclito Fortes (DEM-PI), não gostou e retrucou dizendo que era Lula quem merecia um cartão vermelho. Suplicy não teve dúvidas: mostrou o cartão também para Heráclito.

Suplicy explicou que mostraria o "cartão branco da paz" se Sarney explicasse denúncias e posteriormente disse que o cartão vermelho era " um sinal de alerta para o presidente do PT, Ricardo Berzoini, e para o presidente Lula, para que ouçam o povo que entende os símbolos do futebol".

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Bônus: mulher tenta invadir Palácio do Planalto dizendo ser marido de Dilma.

Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr

Em 2012, Edmeire Celestino da Silva, 29 anos, tentou invadir o Palácio do Planalto. O motivo? "Sou marido de Dilma Vana Rousseff", ela mesma gritou.

Soldados do batalhão da guarda presidencial imobilizaram Edmeire, que disse não querer machucar a presidente. "Eu quero sequestrar ela para meu cativeiro: meu coração."

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