10 provas de que Brasília atravessa uma das piores crises de sua história

O ex-governador Agnelo Queiroz (PT) é apontado como um dos principais culpados. Com dívida bilionária, cidade teve greves de garis e médicos e falta de comida em hospitais.

1. O estádio Mané Garrincha, que custou quase R$ 2 bilhões (o custo mais alto da Copa, mesmo se comparado a outras arenas construídas do zero), só se pagará em mil anos.

O Mané Garrincha deve levar um milênio, literalmente, para recuperar o valor investido pelo governo, estimado em US$ 1,9 bilhão. Os cálculos são do Tribunal de Contas do Distrito Federal. O estádio arrecadou apenas R$ 1,3 milhão durante o primeiro ano após reinauguração.

2. Atualmente, o caixa do DF tem apenas R$ 69 mil. As dívidas ultrapassam R$ 3 bilhões, segundo Rodrigo Rollemberg (PSB), o novo governador.

Agência Brasil

“Esta é a maior crise financeira da história do Distrito Federal”, disse Rollemberg.

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3. O ex-governador Agnelo Queiroz (PT) fez uma lista de compras para a própria casa que usaria R$ 2,4 milhões de dinheiro público.

Reprodução

O ex-governador Agnelo Queiroz bolou uma listinha de 465 produtos para consumo dele e da família em 2015, confiante na reeleição. Entre os itens, estão:

- 40 toneladas de carne;

- 680 potes de sorvete;

- 67 quilos de camarão por mês (ou cerca de dois quilos por dia);

- 35 quilos de chocolate por mês (mais de um quilo por dia);

- 3 toneladas de queijo por ano;

- 1.600 unidades de leite condensado.

A quantidade de comida pedida por Agnelo era suficiente para alimentar 300 pessoas por dia. A justificativa foi que a "previsão de visitas de autoridades e delegações estrangeiras exige uma despensa mais cheia". As compras foram canceladas por Rodrigo Rollemberg (PSB), novo governador de Brasília.

4. No fim do ano passado, hospitais ficaram sem comida, mais de uma vez, por conta de calote do governo.

Hospital de Base de Brasília / Via visaonacional.com.br

Dívida do governo com a Sanoli, empresa que fornece os alimentos aos hospitais do DF, ultrapassou os R$ 12 milhões. Refeições deixaram de ser distribuídas durante alguns dias em outubro e novembro. Curiosidade: Agnelo é médico.

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5. Além disso, médicos e outros profissionais de saúde fizerem greve por causa de pagamentos atrasados.

CUT Brasília / Via cutbrasilia.org.br

Além de benefícios que não foram pagos, faltam materiais para fazer exames, remédios, vacinas nos hospitais.

6. Garis entraram em greve por conta de salários atrasados. A cidade ficou cheia de lixo nos últimos meses.

Ronaldo Gualberto / Via correiobraziliense.com.br

Cerca de 70% dos garis do Estado cruzaram os braços em outubro, novembro, dezembro e janeiro deste ano.

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7. Professores também prometem greve assim que começar o ano letivo. O motivo? De novo, salários atrasados.

Agência Brasil / Professores da rede pública do DF fazem manifestação em frente ao Palácio do Buriti para reivindicar o pagamento de atrasados

No DF, ano letivo começará no dia 23 de fevereiro.

8. Até a Polícia Militar fez greve, pedindo o cumprimento de 13 promessas feitas pelo ex-governador Agnelo aos policiais durante campanha de 2010.

Os policiais queriam, entre outros pontos, reajuste salarial e restruturação da carreira.

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9. O novo centro administrativo do DF foi inaugurado sem estar pronto e tem indícios de irregularidades; Ministério Público sugeriu o bloqueio dos bens do ex-governador até a questão ser esclarecida.

Centro foi inaugurado sem móveis, internet, água e energia. Ministério Público acredita que Agnelo tenha utilizado documentos irregulares para acelerar a aprovação da construção do conjunto de prédios, que foi feita sem estudo de impacto de trânsito, obrigatório por lei.

10. Agnelo Queiroz deixou o governo com taxa de rejeição de 50% (a segunda mais alta entre os governadores brasileiros) e o PT cogitou expulsá-lo do partido.

A cúpula do PT pensou em expulsar Agnelo - alguns dirigentes ficaram irritados com o pouco caso do ex-governador, que viajou para Miami de férias enquanto Brasília passa por uma complicada crise. Terminou o governo com índice de rejeição de 49% dos eleitores brasilienses.

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