Esta comovente série de fotos apresenta as histórias dos sobreviventes, familiares e socorristas do ataque à boate Pulse

No dia 12 de junho, o atentado terrorista que deixou 49 mortos completou um ano.

A série de fotos "Dear Orlando", lançada nesta segunda (12), no aniversário de um ano do atentado à boate Pulse (EUA), apresenta os sobreviventes do ataque, suas famílias e aqueles que prestaram socorro às vítimas.

Daymon Garnder for Dear World

A série foi criada pelo grupo Dear World.

As fotos em preto e branco, tiradas pelo fotógrafo Daymon Gardner, incluem uma frase da pessoa retratada escrita em seu próprio corpo.

Daymon Garnder for Dear World

"Queria que eles pudessem ter atendido seus telefones."

Em sua entrevista, o policial Omar Delgado contou como havia celulares tocando por todos os lados quando entrou na boate.

"Os celulares estavam tocando por toda parte. O que eu não consigo esquecer até hoje é o iPhone que estava bem aos meus pés e que tocava, tocava e tocava", disse. "Eu conseguia ver o nome da pessoa que estava ligando, a foto. E eu só conseguia pensar, 'essa pessoa nunca mais vai poder atender o telefone novamente", contou.

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"Fizemos uma entrevista de cerca de duas horas com cada uma dessas pessoas antes de levá-las para a frente da câmera," disse o fundador do Dear World, Robert X. Fogarty, ao BuzzFeed News.

Daymon Garnder for Dear World

"Eu fui até o quarto, e ele não estava lá."

"Às vezes eles choravam, às vezes riam, mas todos eles disseram que hoje dão mais valor às próprias vidas," disse Forgarty a respeito das entrevistas, realizadas no mês de maio, durante um período de quatro dias.

A pessoa na foto acima é Mina Justice, mãe de Eddie Justice, morto durante o atentado. Ela contou que correu para o apartamento do filho após ouvir sobre o atentado. "Eu fui ao apartamento dele. Eu entrei e pensei: ele está aqui, eu estou vendo os sapatos dele", recordou. "Cerca de uns 10 minutos depois, o FBI me ligou."

Fogarty diz que as frases escritas nos corpos das pessoas retratadas são como um convite para aprendermos mais sobre a história de cada uma delas.

Daymon Gardner for Dear World

"Nossa última refeição juntos foi peru, arroz e repolho."

"Quando coisas assim acontecem, mas com outras pessoas, todos assistimos atônitos," disse Fogarty. "As pessoas com quem acontecem essas coisas se tornam personagens de uma narrativa que elas não podem controlar e da qual nunca pediram para participar."

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Orlando Torres, um dos sobreviventes da Pulse, lembra de ter cumprimentado um amigo no caminho para o banheiro. Foi a última vez em que se viram.

Daymon Gardner for Dear World

"Te dei um beijo de oi, mas nunca te dei um beijo de despedida."

"A última pessoa que vi foi Anthony Laureano. Eu o vi e dei um beijo no rosto dele," contou em sua entrevista. "Eu estava na cama do hospital quando sua foto apareceu entre os 49 mortos."

Rodney Sumter, que trabalhava como bartender naquela noite, não conseguia parar de pensar nos filhos quando começaram a atirar. Seu filho o visitou no hospital no dia dos pais, uma semana depois do atentado.

Dear World : Orlando Pulse Series. Daymon Garnder for Dear World

"Meu filho entrou. Ele trazia todos os presentes que tinha feito na sala de aula. Quando li o que ele escreveu, desabei", disse Sumter, que levou quatro tiros e foi o primeiro paciente a chegar ao hospital.

"Meu filho é um grande fã da DC Comics. Ele adora super-heróis. Ele fez esse pôster:

O Batman é inteligente,
o Super-Homem é rápido,
o Hulk é forte,
mas meu pai é meu super-herói favorito
."

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Ray Rivera, um DJ que tocava na boate na noite do atentado, descreveu a longa jornada de recuperação ao lado da família.

Daymon Garnder for Dear World

"Estávamos apenas curtindo a música."

"Você provavelmente consegue perceber pelas minhas olheiras que tenho dificuldade para dormir," disse Ray Rivera, DJ que estava tocando na boate na noite do atentado.

"Honestamente, tem sido um ano difícil. Eu faço terapia. Eu acho que agora eu aprendi que cada minuto é precioso. Às vezes meu filho, ou minha esposa, quer sair e fazer alguma coisa. E eu estou muito cansado. Mas eu simplesmente digo, 'Tudo bem. Quer saber? Vamos, vamos lá'."

Forgarty espera que essas histórias de resiliência e força, mesmo em meio às piores circunstâncias, marque a vida das pessoas que as conhecerem. "A capacidade das pessoas de se adaptar, crescer e lutar é absolutamente incrível."

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Você pode ler e saber mais das histórias por trás dos retratos aqui.

Em junho, o BuzzFeed Brasil celebra o respeito à diversidade. Acesse os demais conteúdos da Semana LGBT aqui.

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Este post foi traduzido do inglês.

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