16 pessoas contam como perceberam que são bissexuais

"Sempre entendi quem eu era, só me faltava a palavra para descrever isso".

1. "Percebi que me definir como 'hétero flex' era ridículo, já que existe um nome para isso."

"Percebi que sou bissexual depois que me toquei que me definir como ‘hétero flex’ era ridículo, já que existe um nome para eu me identificar. E foi com Sailor Moon que vi que eu também curtia meninas." — Sofia Caldeira

2. "Eu me imaginava como homem porque acreditava que essa seria a única forma de ficar com meninas."

"Eu percebi, na sétima série, que tinha vontade de ficar com meninas. Algumas vezes eu até me imaginava como homem, porque acreditava que essa seria a única maneira de ficar com aquelas meninas. Depois de um tempo, vi que essa possibilidade era real, mesmo sendo mulher. Mas por um bom tempo só ficava com homens, até que na faculdade passei a me relacionar com meninas também." — Thaís Borges de Araújo

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3. "Namorei por quase um ano um cara pela internet até descobrir que: era um fake e eu estava namorando uma mulher. Resolvi que queria continuar com ela e comecei a perceber que gênero para mim não fazia a diferença."

“Descobri que era bi quando conheci um menino pelo Tumblr aos 14 anos e me apaixonei por ele. Namorei por quase um ano até descobrir que: era um fake e eu estava namorando uma mulher. Resolvi que queria continuar com ela e comecei a perceber que gênero para mim não fazia a diferença, eu sentia atração mesmo ela sendo quem era. Na época, fiquei chateada por causa da mentira, mas não pelo gênero dela. Estamos juntas até hoje, seis anos depois.” — Gabriela

4. "Muita gente duvida da bissexualidade de mulheres que estão num relacionamento com um homem, mas estar em um só me ajudou a ter mais certeza de quem eu sou.”

“Percebi que me atraía por mulheres quando ainda adolescente e reprimi totalmente o sentimento porque era evangélica. Desde então, passei a conviver com a dúvida de que poderia ser lésbica e morria de medo disso ser verdade. Só quando fui para a faculdade entendi que não precisava ser uma das duas coisas e que poderia ser as duas. Aí fiquei pela primeira vez com uma amiga bi e entendi melhor as minhas possibilidades.

Apesar disso, sempre foi difícil entender se eu era bissexual mesmo. Tive certeza e compreendi isso sobre mim quando notei que, mesmo estando num relacionamento sério com um homem, eu ainda desejava mulheres. Muita gente duvida da bissexualidade de mulheres que estão num relacionamento com um homem, mas estar em um só me ajudou a ter mais certeza de quem eu sou.” — Aline Ramos

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5. "Só fui entender mesmo que sou bissexual quando fui parar num banco de trás de um carro com um cara e uma menina e percebi que queria os dois."

“Eu achava estranho quando minhas amigas falavam de meninos bonitos. Eu sentia isso, mas também rolava o mesmo com meninas. Não tinha nenhuma amiga que falasse sobre o assunto, então fui deixando para lá.

Quando tinha 14 anos, comecei a fazer novas amizades e entre elas tinha uma moça lésbica. Aí achei que talvez eu pudesse ser também. Mas e a atração e o tesão que eu sentia por meninos? Na verdade, só fui entender mesmo essa questão quando, aos 17 anos, fui parar num banco de trás de um carro com um cara e uma menina (minha primeira namorada) e percebi que queria os dois, tinha atração e desejo pelos dois.

Hoje, aos 30 anos, percebo que minha sexualidade é extremamente fluída, que me atraio por homens e mulheres, posso ter sentimentos pelos dois, e está tudo bem ser como eu sou."— Michele Bernardes

6. "Quando resolvi contar para a minha mãe e meus amigos, tudo que ouvi era: 'só você não sabia disso, todo mundo já sabia e estava esperando o seu tempo'."

“Minha mãe perguntou se eu namorava uma amiguinha quando eu tinha 12 anos. Eu achei absurdo, nunca tinha nem beijado na época. Aos 16 anos, me vi completamente afim de uma garota do colégio, mas achei que era loucura minha ou até mesmo influência dos meus amigos LGBT.

Aos 18 anos, numa festa, enfim fiquei com uma garota e percebi que aquilo que sentia pelas amiguinhas era outra coisa. Quando resolvi contar para a minha mãe e meus amigos, tudo que ouvi era: ‘só você não sabia disso, todo mundo já sabia e estava esperando o seu tempo’. Enfim, depois disso namorei uma garota lésbica, que me pressionou muito para eu me assumir como lésbica. Não foi nada confortável e foi muito confuso porque eu gostava demais dela e acabei me assumindo uma coisa que eu não era. No final das contas, não deu mais, ou eu gostava dela ou de mim.

Enfim, sou bissexual, sim. Foi confuso, dolorido em alguns pontos, mas me encontrei em um espaço que me pertence.” — Nicole Morghana

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7. "Percebi que sou bi ouvindo ‘Meninos e Meninas’ do Legião Urbana, meus braços sempre arrepiavam no refrão."

"Percebi que sou bi ouvindo ‘Meninos e Meninas’ do Legião Urbana, com doze ou treze anos. Meus braços sempre arrepiavam no refrão, não sabia explicar o porquê de me identificar tanto com essa letra. Até que um dia ela fez sentido.” — Breno Costa Fernandes

8. "Quando decidi contar a alguém, não tive a resposta esperada. Quando tentei me abrir de novo, fui o estopim para que metade dos meus amigos se assumissem também."

“Na adolescência, passei a aceitar melhor a minha bissexualidade. Desde novo, sentia atração pelos dois gêneros, mas, devido ao preconceito, escondia até de mim mesmo o sentimento pelos meninos. Sem ter ninguém com quem conversar, tentava me convencer de que tinha apenas admiração pelo corpo masculino.

No entanto, quando passei a usar a internet com mais liberdade, conheci e comecei a entender cada vez mais sobre sexualidade. Quando decidi finalmente contar a alguém, não tive a resposta esperada e então passei mais um ano até me abrir de novo. Nessa segunda tentativa, fui o estopim para que metade dos meus amigos se assumissem também.” — Wander Castro

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9. "Eu já cheguei a considerar que os momentos em que eu me sentia atraída por garotas fossem um tipo de possessão. Até que uma professora de português explicou o que significava a sigla LGBTQ, e que o B não é de bolacha.”

“Acho que a descoberta do termo bissexual foi um momento de clareza muito importante para mim. Na real, eu sempre soube que gostava de meninas e de meninos, mas achava isso super errado e estranho. Na pré-adolescência foi bem confuso, ora me sentia atraída por um garoto e pensava ‘opa, então agora eu sou 'normal', foca nisso aí, menina’, ora eu me pegava olhando fixamente para a boca de uma amiga e sentindo desejo, daí me sentia 'errada' e me afastava.

Eu sempre gostei muito de ler e houve um momento em que li um conto sobre uma moça que tinha múltiplas personalidades e cheguei a pensar que fosse o meu caso. Em uma época em que me vi muito curiosa acerca da doutrina espírita, cheguei a considerar que os momentos de atração por garotas fossem um tipo de possessão. Isso tudo até o momento em que uma professora de português - a mais legal da vida - resolveu explicar a uma turma da oitava série o que significava a sigla LGBTS, e que o B não era de bolacha” — Aline Noêmia

10. "Percebi que também gostava de mulheres quando eu era criança e assisti meu primeiro clipe da Shakira. Eu vi aquela mulher na TV e me bateu um negócio doido."

“Quando eu era criança e assisti meu primeiro clipe da Shakira. Esse dia da Shakira foi marcante mesmo. Eu era criança e nem pensava muito nessas coisas, mas vi a mulher na TV e me bateu um negócio doido. Tanto que lembro da minha mãe chegando, me vendo grudada na TV e gritando ‘FECHA A BOCA, MENINA, QUE NEGÓCIO É ESSE?’. Quando cresci, lembrei desse dia e percebi: foi ali” — Suzane Jardim

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11. Foi a maior crise na minha cabeça porque o que não contam é que vai ter momentos em que você gosta mais de um gênero do que de outro."

“Foi a maior crise na minha cabeça porque o que não contam é que vai ter momentos em que você gosta mais de um gênero do que de outro. Passei a adolescência encucada com isso, mas achando que era 100% hétero e apenas curiosa.

Aí, na vida adulta, demorei um tempo para chegar na certeza de que eu era bem bissexual e que, na realidade, é totalmente normal se interessar só por mulheres ou só por homens de cada vez. Percebi que era isso aí quando falei para a minha mãe, foi como se eu sempre soubesse, mas falar em voz alta me fez perceber o que antes eu tinha muitas dúvidas e, então, tudo fazia sentido.” — Heloísa Kennerly

12. “Quando vi o clipe da música "MMMBop" dos Hanson na TV e fiquei apaixonada pelo Taylor, mesmo sem saber se era um garoto ou uma garota."

“Quando vi o clipe da música "MMMBop" dos Hanson na TV. Eu tinha 11 ou 12 anos e escrevi no meu diário que estava apaixonada pelo Taylor, mas na época não sabia o nome dele. Também escrevi uma nota de rodapé dizendo que não sabia se ele era garoto ou garota e que não me importava com isso.” — Silvana Rodrigues

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13. "A invisibilidade, mesmo dentro do movimento LGBTQ, dificulta que a gente entenda essas nuances sobre nós mesmos e sobre o que sentimos."

“Desde adolescente, encarava minha atração por mulheres como uma coisa mais relacionada à falta de autoestima, quase beirando a rivalidade feminina do ‘quero ser bonita assim’ para negar o que era um crush.

Só fui lidar melhor com isso quando namorei uma mulher e, de fato, me apaixonei. E, pelo tamanho da realização, logo deduzi que só poderia ser lésbica. Afinal, o relacionamento com os caras quase sempre foi tenso e permeado de muitos machismos e expectativas de gênero (que eu sentia que frustrava todas as vezes).

Até que, terminado o namoro e convicta da minha lesbianidade, conheci um rapaz com quem me dei muito bem desde o início e logo percebi que curtia. Aí foi outro drama. ‘COMO ASSIM? Eu não sou lésbica? Por que estou a fim de fulano?’. Então percebi que continuo me interessando e me relacionando com homens, mas a questão afetividade versus atração física às vezes anda junto e às vezes anda separada. E acho que essa é a coisa mais difícil e dolorosa de entender sobre a bissexualidade, porque a invisibilidade, mesmo dentro do movimento LGBT, dificulta que a gente entenda essas nuances sobre nós mesmos e sobre o que sentimos. Até entender isso, nos sentimos verdadeiros ETs, fora de todas as caixinhas construídas e muitas vezes, tristes e solitários.” — Keyty Medeiros

14. "Sempre entendi quem eu era, só me faltava a palavra, que eu descobri na adolescência.”

“Na infância, sempre achei estranho a gente gostar de uma só coisa porque na minha cabeça era todo mundo bonito. E quando descobri o que era gostar de pessoas, sentia que podia gostar de qualquer um ou uma. Era fofo, eu me via pensando tanto nos meninos quanto nas meninas. Acho que sempre tive o entendimento, só me faltava a palavra, que eu descobri na adolescência.” — Kaique Oliveira Fontes

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15. "Meses antes dos meus pais falecerem, minha mãe revelou que ela e meu pai eram bissexuais e que já sabia sobre mim."

“Desde que me entendo por gente, sempre me entendi como uma pessoa que gostava tanto de meninos quanto de meninas, mas não sabia que isso tinha nome. Cresci num lar onde nunca fui questionado sobre o que eu era ou gostava, então sempre tive muita liberdade sobre minha sexualidade.

Quando fiz 19 anos, meses antes dos meus pais falecerem, minha mãe me revelou que era bissexual (eu pensava que ela era lésbica) e que já sabia sobre mim. Ao mesmo tempo, ela também me contou que meu pai era bissexual (eu já desconfiava). Então, cresci num lar bissexual, onde havia uma espécie de desconfiança entre quem nós éramos, mas ninguém nunca comentava sobre isso. Nunca sofri preconceito por parte de minha família, isso foi algo que me ajudou muito no processo de aceitação. Sei que essa não é a realidade da grande maioria, mas sou muito feliz por ser parte de uma história onde bis resultaram no bisão que sou hoje.” — Davi Oliveira

16. "Conversei com alguns amigos que eram bissexuais e eles me explicaram que eu não precisava ter beijado um número x de pessoas para me assumir bi."

“Foi um processo que durou dos 17 aos 19 anos. Comecei a perceber que me sentia atraída por mulheres, mas na época namorava um homem, daí buguei. Conversei sobre isso com alguns amigues do Tumblr que eram da comunidade bissexual e me falaram da bissexualidade, que não precisava ter beijado x número de pessoas para se assumir bi e, acima de tudo, me fizeram me sentir aceita.” — Clarice França

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BuzzFeed Brasil

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