6 vertentes do feminismo para você entender melhor o movimento

Mulheres diferentes, feminismos diferentes.

Poucos temas ganharam tanta visibilidade nos últimos anos quanto o movimento feminista.

Desde 2010 pra cá, o feminismo ganhou muitas adeptas e também muitos inimigos. Apesar da grande circulação de informação sobre o assunto, muita gente ainda não sabe (mas vai saber agora!) que este é um movimento tão multifacetado quanto as próprias lutas e necessidades das mulheres em todo o mundo. Listei aqui seis das vertentes mais famosas (existem muitas outras) pra entendermos mais sobre essas pautas tão importantes e necessárias.

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Feminismo Liberal

Esta é uma das primeiras vertentes feministas. O movimento sufragista, que foi a luta das mulheres brancas inglesas pelo direito ao voto, é um exemplo de feminismo liberal. Essa vertente prega que a libertação das mulheres será atingida pelas vias legais (mudanças na legislação), enriquecimento financeiro e empoderamento pessoal. Por conta do seu perfil individualista, acaba sendo criticada por mulheres de outras vertentes por não fazer análises estruturais e nem olhar para recortes de raça ou classe.

Feminismo Marxista

Nascida no contexto da Revolução Industrial, a vertente marxista acredita que o machismo é um fator que se potencializou largamente com o capitalismo, afetando desta forma, o papel que coube às mulheres na divisão sexual do trabalho. Para as feministas marxistas, a derrota do capitalismo terá papel fundamental na queda do patriarcado.

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Feminismo Radical

A vertente radical acredita que o caminho para a liberdade das mulheres é a abolição do gênero. Desenvolvendo o raciocínio radical, homem e mulher são performances de gênero, papéis que nos ensinam a exercer assim que nascemos, causando profundas cicatrizes nas nossas personalidades e formas de nos colocarmos no mundo. Desta forma, ao abolir os gêneros, não existiria a necessidade de nos encaixarmos em caixas de gênero. São bandeiras das radicais o combate à pornografia e prostituição. Dentro da vertente existe um grupo chamado (TERF Trans Exclusionary Radical Feminists), que é uma subvertente que coloca que mulheres trans carregam em si traços de sua socialização masculina e que existem opressões machistas que são inerentes às pessoas que nascem com vagina, como por exemplo, os sentimentos de inferioridade que meninas são ensinadas a nutrir por elas mesmas ou mesmo a necessidade de servir.

Feminismo Negro

O feminismo negro nasce a partir das necessidades específicas da vivência da mulher negra. Quando as brancas lutavam pelo direito à trabalhar as mulheres negras já trabalhavam desde sempre para sustentarem suas famílias. E desde sempre as pautas das mulheres negras eram anuladas ou invisibilizadas dentro do feminismo tradicional. Aqui é frisada a importância de não colocar todos os homens na mesma cesta, pois a masculinidade experienciada por um homem branco é diferente da de um negro, e muitas vezes mulheres brancas têm mais semelhanças e possíveis alianças com homens brancos do que com mulheres negras, enfatizando a crença do movimento negro de que raça vêm primeiro que gênero. "Antes de ser mulher, sou negra".

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Feminismo Interseccional

Essa vertente se comporta como um grande guarda-chuva para todas as caminhadas que divergem da feminista branca hetero cis-gênero. É interseccional por que atravessa varias outras opressões para além do machismo, como lesbofobia, capacitismos, transfobia, etc. Esta vertente também nasce fazendo oposição ao tradicional feminismo branco.

Ecofeminismo

Esta vertente une as questões de gênero às questões climáticas, a natureza e aos animais. As ecofeministas acreditam que a luta ecoativistas não podem se desligar da luta das mulheres por serem estas as mais atingidas por mudanças climáticas, escassez de alimentos e racismo ambiental. Para estas mulheres também não faz sentido libertar as mulheres e seguir com a exploração do corpos dos animais. Um livro muito famoso sobre o assunto é o A política sexual da carne - a relação entre o carnivorismo e a dominância masculina, da Carol J. Adams. Este movimento está ganhando força em 2020 com a iminência de grandes catástrofes climáticas.

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