9 expoentes do movimento Afrofuturista no Brasil

O modo como imaginamos o futuro muda alguma coisa?

BuzzShe

A cultura pop está cheia de filmes e quadrinhos que falam sobre como será a humanidade daqui a alguns anos, e essas produções criaram a nossa ideia de futuro: carros voadores, roupas prateadas, computadores avançados.

Reprodução / GIPHY / Via giphy.com

Mas será que os corpos de pessoas pretas estão inseridos nesse futuro repleto de avanços tecnológicos? É isso o que o movimento do Afrofuturismo vem questionar.

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Primeiro, é preciso entender qual a importância de retratar a negritude dentro de um cenário futurista desconhecido. A resposta é simples e direta: TODA A IMPORTÂNCIA!!!

É a partir da projeção do futuro que conseguimos realizá-lo de fato. A ficção científica cria os caminhos e as metas que a ciência vai perseguir. Exemplo disso são todas as tecnologias que conhecemos e que antes de existirem na realidade estavam sendo imaginadas dentro de obras de ficção, como os celulares, a chamada por vídeo e muitas outras. Ou seja, pensar um afrofuturo é buscar novas formas de ser e viver, revisitando o passado, vislumbrando o que está por vir e construindo no presente.

Alguns ícones afrofuturistas mundo afora são Janelle Monáe, Erykah Badu, Billy Porter, Thundercat e Flying Lotus.

Reprodução / Bad Boy Records

Janelle Monáe em uma das artes para o disco "The Archandroid", de 2010.

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Mas o Brasil também possui pessoas de grande importância para o movimento afrofuturista. Veja alguns de seus muitos expoentes por aqui:

1. Fábio Kabral:

Fábio Kabral / Via Instragram

Fábio Kabral é um nome enorme dentro do movimento afrofuturista brasileiro. É autor dos romances “Ritos de Passagem” (Giostri, 2014), “O Caçador Cibernético da Rua 13” (Malê, 2017) e “A Cientista Guerreira do Facão Furioso” (Malê, 2019). Também é cofundador do site O Lado Negro da Força, que promove e fomenta a presença negra na cultura pop, além de candomblecista iniciado no Ilê Oba Às̩e̩ Ogodo. Essa última informação é fundamental para entender a obra de Kabral.

“Eu, que sou um homem negro, leitor de quadrinhos e RPGs, jogador de videogames, leitor de várias ficções e de teorias afrocêntricas, e iniciado no Candomblé, expresso toda essa carga de vivências e estudos nos romances e histórias que escrevo. Isso é Afrofuturismo”

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2. Ale Santos:

Douglas Lopes / Via instagram.com

Ale Santos é autor e roteirista especializado em games e storytelling. Descrito como “o cronista dos negros no Twitter” pela Revista Piauí, ele usa as threads para combater o racismo com informação. É autor de sci-fi e fantasia afroamericana, tendo participado de uma coletânea mundial. Em 2019 lançou "Rastros de Resistência" pela Panda Books e também o conto "Cangoma" pela Plataforma 21, presente na coletânea "Todo Mundo Tem Uma Primeira Vez". Atualmente está escrevendo um novo romance afrofuturista chamado "O Último ancestral".

3. Lu Ain-Zalia:

Reprodução

Lu Ain-Zaila é Luciene M. Ernesto, escritora afrofuturista e autopublicada de Nova Iguaçu. A saga "Duologia Brasil 2408", escrita por Lu, foi a primeira obra de ficção especulativa protagonizada por uma heroína negra.

Composta por dois livros, "(In)Verdades" (2016) e "(R)Evolução" (2017), a saga conta a história da personagem Ena.

Em 2018, Lu Ain-Zalia publicou "Sankofia", uma coletânea de contos sobre as inúmeras possibilidades do gênero afrofuturista. Aqui ela mostra que outros protagonismos e visões são possíveis. No conto "Ode à Laudelina", por exemplo, ela fala sobre empregadas domésticas unindo ficção científica, terror social e outros gêneros.

Recentemente, Lu também lançou "Ìségún" (2019, Coleção Universo Insólito, Monomito Editorial), uma história cyberpunk sobre a ideia de caos futurista e o que é luta e esperança para a periferia, combinando investigação, ancestralidade e mitologia via Zuhri e Ayomide.

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4. No Martins:

No Martins

No Martins é um artista afrofuturista bastante versátil. Ele transita com maestria pelas técnicas da pintura, performance, instalação e experimentação com objetos. Suas pesquisas estão no campo das relações interpessoais no cotidiano e questões raciais, passando pela violência policial e o encarceramento em massa.

5. Ellen Oléria:

Reprodução / Via soundcloud.com

Ellen Oléria é uma cantora e compositora natural de Brasília. Sua discografia já consta com 5 álbuns, sendo o último uma bela obra de arte chamada "Afrofuturista". Nele, Ellen constrói uma ponte entre o passado e o futuro saindo dos esteriótipos da música negra. Temos percussões bem articuladas e até guitarras pesadas.

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6. Xênia França:

Oga Mendonça

Xênia França é uma cantora baiana. Seu primeiro disco solo, “XENIA”, reverencia o som que vem da diáspora negra. É um álbum essencialmente pop com pitadas de música eletrônica, jazz, samba-reggae, rock e R&B.

7. Felipe Borges:

Felipe Borges

Sua pesquisa está relacionada à tradições africanas com foco na arte Etíope e Egípicia. A cultura Rastafári também tem forte influência nas suas criações. Ele desenvolve trabalhos de murais pela cidade, pinturas em telas e ilustrações digitais. Atualmente, Felipe Borges mantém em paralelo trabalhos com as artes plásticas, design gráfico e arte educação.

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8. Jonathan Ferr:

Reprodução / Via instagram.com

Nascido no Rio de Janeiro, Jonathan Ferr é uma das grandes apostas no atual cenário do jazz brasileiro. Com influências no hip hop, funk, soul e música eletrônica, seu som é o que podemos chamar de transcendental. Ferr foi a atração de abertura do show de Kamasi Washington aqui no Brasil, grande nome do afrofuturismo internacional.

9. Adriana Barbosa:

Reprodução

Adriana é empreendedora e idealizadora do maior evento de afroempreendedorismo da América Latina, a Feira Preta. A feira movimenta milhões de reais, ajudando a distribuir recursos para uma vasta rede de estilistas, artistas, artesões e empreendedores.

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