11 atores que morreram durante a gravação de filmes – e como esses filmes foram concluídos

O show deve continuar.

1. Heath Ledger e "O Mundo Imaginário do Doutor Parnassus":

Lion's Gate/Sony, Lion's Gate/Sony, Lion's Gate/Sony, Lion's Gate/Sony

Quando Heath Ledger morreu em decorrência de uma overdose acidental em 22 de janeiro de 2008, aos 28 anos, no meio das gravações de "O Mundo Imaginário do Doutor Parnassus", o diretor Terry Gilliam tinha certeza de que a produção seria cancelada.



Porém, logo Gilliam teve uma ideia brilhante. E se – já que o filme era sobre o personagem de Ledger transportando pessoas para um mundo dos sonhos através de um espelho mágico – o personagem de Ledger mudasse de aparência sempre que entrasse no mundo dos sonhos? Gilliam entrou em contato com Johnny Depp, Jude Law e Colin Farrell – todos amigos de Ledger –, e eles concordaram em interpretar as versões do mundo dos sonhos do personagem de Ledger.

A adição dessas estrelas tornou possível a conclusão – e manteve o financiamento – do filme. 

 Gilliam disse o seguinte em entrevista à revista Entertainment Weekl: “Nunca saberemos como o filme teria sido com Heath atuando em todo ele, mas o que temos é mágico.”

2. Chris Farley e "Shrek":

Paramount, Universal

Todos sabemos que Mike Myers é a voz de Shrek na dublagem original, mas inicialmente a Universal havia contratado outro comediante do programa "Saturday Night Live", Chris Farley, para ser a voz do ogro. Farley trabalhou no filme por mais de um ano e havia completado cerca de 80 a 90% das falas de Shrek quando morreu de overdose em 18 de dezembro de 1997, aos 33 anos.

O corroteirista Terry Rossio era fã da performance de Farley como Shrek e escreveu o seguinte: "O que mais chamou minha atenção vendo ele trabalhar foi sua predisposição a se revelar, a se desnudar, repetidas vezes, em nome da sua atuação."

Mesmo assim, em vez de tentar concluir o filme com os áudios de Farley (e, possivelmente, um imitador nas falas que ainda faltavam), a Universal decidiu colocar outro ator em seu lugar. E foi aí que Myers entrou, junto com uma nova versão do roteiro, mais adequada ao seu tipo de comédia.

O irmão de Farley, Kevin, afirmou: “O estúdio fez o que precisava fazer. Foi um período ruim, um momento errado... uma tragédia. Mike fez um excelente trabalho com 'Shrek'. Ele arrasou.”

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3. Paul Walker e "Velozes & Furiosos 7":

NBC/Universal

Quando Paul Walker morreu em um acidente de carro em 30 de novembro de 2013, aos 40 anos, deixou a franquia "Velozes e Furiosos" sem uma das suas principais estrelas no meio da produção de uma nova sequência que deveria gerar centenas de milhões de dólares.

Apesar de todos os interesses envolvidos, o estúdio suspendeu a produção e, durante o luto por Walker, deixou o futuro do filme no ar. O diretor James Wan falou o seguinte em uma entrevista ao BuzzFeed: "Na verdade, gostaria de dar o crédito ao estúdio por não apressar nada. Porque eles também ficaram chocados. Eles realmente amavam o Paul. Foi algo que afetou a todos profundamente. Não queríamos falar sobre finalizar o filme antes do enterro e do memorial de Paul. Apenas nas semanas seguintes que começamos a pensar se daria para terminar o filme sem ele."

O desafio de terminar um filme desta magnitude sem seu astro era gigantesco, mas a engenhosidade de Wan e sua equipe tornaram isso possível.

Primeiro, eles analisaram todas as filmagens (inclusive as cenas cortadas) que tinham de Walker de todos os filmes. Depois utilizaram essas filmagens para criar um guia das expressões faciais de Walker em diferentes situações, que serviria de referência para os artistas de efeitos visuais durante a criação de um Walker de CGI. Eles também contrataram os dois irmãos de Walker como dublês de corpo em várias cenas (em que geralmente o rosto de Walker era digitalmente sobreposto ao deles) e para a leitura de algumas falas. Em alguns casos, metade da fala final era dita por Walker e metade por um de seus irmãos. Os roteiristas também reescreveram o fim para concluir o arco de Walker e permitir que a franquia continuasse sem ele. No fim das contas, o filme atrasou um ano e extrapolou seu orçamento em algumas dezenas de dólares, mas valeu a pena. "Velozes & Furiosos 7" acabou sendo um belo tributo a Walker e tornou-se o filme mais bem-sucedido da franquia, com uma bilheteria de mais de US$1,5 bilhão.

4. Don Rickles e "Toy Story 4":

Robert Mora / Getty Images, Pixar/Diseny

O lendário comediante Don Rickles havia sido contratado para reprisar seu papel como o Sr. Cabeça de Batata em "Toy Story 4", mas ainda não tinha gravado nenhuma fala quando morreu de insuficiência renal em abril de 2017, aos 90 anos. Porém, quando a família de Rickles perguntou se havia alguma maneira de incluir o comediante na sequência, os produtores colocaram sua criatividade em ação.

O diretor Josh Cooley disse o seguinte à revista Entertainment Weekly: "Pesquisamos nos, sei lá, 25 anos de tudo que não utilizamos nos outros três 'Toy Story', nos parques de diversões, nos shows no gelo, nos videogames – tudo o que ele gravou para o Sr. Cabeça de Batata. E conseguimos. E eu me sinto muito honrado pela família dele ter pedido isso e me sinto muito honrado por ele estar no filme. Ele é insubstituível.”

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5. Jean Harlow e "Saratoga":

MGM, MGM

Em 1937, Jean Harlow era uma atriz e sex symbol reconhecida no mundo todo – e tinha apenas 26 anos. Infelizmente, ela morreu súbita e surpreendentemente em decorrência de uma falência renal durante as filmagens de "Saratoga", com Clark Gable.

Originalmente, o estúdio queria refilmar o seu papel com outra atriz, mas mudou de ideia diante do protesto dos fãs. Eles acabaram concluindo suas cenas com dublês que eram filmadas apenas por trás ou com roupas que escondiam seus rostos. Paula Winslowe também dublou algumas das falas de Harlow, imitando sua voz, quando necessário.

O filme foi lançado às pressas, apenas sete semanas após a morte da atriz, e – provavelmente impulsionado pelos seus fãs enlutados – tornou-se um dos maiores sucessos do ano.

6. Philip Seymour Hoffman e "Jogos Vorazes: A Esperança - O Final":

Lions Gate

Quando o ganhador do Oscar Philip Seymour Hoffman morreu de overdose em 2 de fevereiro de 2014, aos 46 anos, ele estava no meio das filmagens de "Jogos Vorazes: A Esperança - O Final", último filme da franquia. Várias cenas com o personagem de Hoffman, Plutarch Heavensbee, ainda não tinham sido filmadas – incluindo um importante e dramático momento com Katniss (Jennifer Lawrence) –, mas o diretor Francis Lawrence decidiu que, em vez de tentar "copiar" ao máximo a atuação do ator através de CGI e outros truques digitais, ele diminuiria a importância de Plutarch na trama.

Por causa disso, a cena dramática com Katniss foi alterada para que as palavras de Plutarch fossem lidas de uma carta por outro personagem. E, apesar do personagem ser muito importante no final do livro, os produtores alteraram o final do filme para que ele não fosse tão focado em Plutarch.

Lawrence, o diretor, disse o seguinte ao jornal The Guardian: "Não há o suficiente dele no filme. Eu queria que o papel dele fosse muito maior.”

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7. Vic Morrow e "No Limite da Realidade":

, Warner Bros.

Em 1982, a Warner Bros. estava otimista com o remake para os cinemas da clássica série de TV "Além da Imaginação". O plano era contar quatro histórias distintas – cada uma dirigida por um diretor diferente –, e eles até conseguiram contratar Steven Spielberg e John Landis para dirigir duas delas.

O segmento de Landis era sobre um homem branco racista, interpretado pelo ator de 61 anos Vic Morrow, que viajava pelo tempo na pele de pessoas de cor oprimidas. Ele se via caçado pelos nazistas na Alemanha, perseguido pela Ku Klux Klan no sul dos EUA e fugindo de soldados norte-americanos no Vietnã.

Durante a filmagem do segmento do Vietnã no último dia da produção, Morrow e dois atores infantis, Myca Dinh Le e Renee Shin-Yi Chen, morreram em um acidente terrível. O dublê que pilotava o helicóptero em uma das cenas ficou desorientado por causa dos efeitos pirotécnicos e caiu com a aeronave em cima dos atores.

Apesar da horrível tragédia, o estúdio decidiu finalizar o filme e lançá-lo como uma das grandes apostas do verão. Para isso, Landis cortou a cena do helicóptero. Assim, a parte passada no Vietnã da história ficou mais curta, mas não perdeu o sentido. Apesar de ter sido descoberto posteriormente que a produção ignorou as leis de trabalho infantil, Landis e os outros membros da equipe de produção foram absolvidos da acusação de homicídio culposo.

As famílias das vítimas firmaram um acordo judicial com o estúdio e os produtores por uma quantia não revelada.

8. Bruce Lee e "Jogo da Morte":

Golden Harvest

No outono de 1972, Bruce Lee estava filmando "Jogo da Morte" e havia finalizado uma cena de luta com Kareem Abdul-Jabbar, gigante de 2,19 m e lenda do basquete Logo, porém, ele recebeu uma oferta para estrelar "Operação Dragão", um filme da Warner Bros., e "Jogo da Morte" foi colocado em hiato para as gravações do primeiro.

Seis dias após o lançamento de "Operação Dragão", Lee (então com 32 anos) estava discutindo o retorno das gravações de "Jogo da Morte" quando passou mal. Ele morreu posteriormente no hospital (provavelmente em decorrência de um edema cerebral). 



"Operação Dragão" tornou-se um grande sucesso após o seu lançamento, por isso os produtores de "Jogo da Morte" quiseram finalizar o filme. Demorou um pouco, mas em 1978 eles contrataram o diretor Robert Clouse para finalizar o filme. Para tal, ele arranjou dois dublês que substituíram Lee no filme. Como eles não se pareciam nem um pouco com Lee, passaram a maior parte do filme usando disfarces, como barbas grandes ou óculos escuros. Clouse também incluiu imagens de arquivo de Lee nas cenas de luta e, surpreendentemente, até imagens do corpo de Bruce Lee capturadas em seu funeral de caixão aberto para uma cena na qual seu personagem fingia morrer.

Apesar de algumas pessoas acharem que a versão finalizada de "Jogo da Morte" é um filme de mau gosto, no geral ele fez sucesso entre o público e a crítica.

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9. Brandon Lee e "O Corvo":

Miramax

Sinistramente, o filho de Bruce Lee, Brandon, também aparece nesta lista. O Lee mais novo era o intérprete do personagem título em "O Corvo", filme sobre um músico de rock que volta dos mortos para vingar o assassinato da sua noiva. Em 31 de março de 1993, ele filmou uma cena na qual seu personagem levava um tiro e morria. 
 Tragicamente, uma série de erros cometidos pela equipe de produção fez com que o astro de 28 anos fosse atingido pelos resquícios de uma bala de verdade em vez de um cartucho de festim. As câmeras estavam gravando quando o ator disparou a arma, ferindo mortalmente Lee.



A Paramount decidiu cancelar o filme, mas a Miramax adquiriu os direitos do filme e injetou US$8 milhões para ajudar a finalizar a produção. Após algumas mudanças no roteiro, as cenas restantes de Lee foram concluídas com um dublê e efeitos em CGI. O cabelo longo do Corvo – além da natureza sombria e suja da cinematografia do filme – ajudou a tornar esse truque convincente.



O filme foi um sucesso e gerou uma sequência, dessa vez com Vincent Pérez interpretando o Corvo.

10. Oliver Reed e "Gladiador":

Dreamworks/Universal

"Gladiador" foi um grande sucesso – ganhou o Oscar de Melhor Filme e alcançou US$460 milhões em bilheteria no mundo todo –, mas enfrentou graves problemas quando seu co-protagonista, Oliver Reed, morreu de ataque cardíaco aos 61 anos, antes de finalizar a cena climática do seu personagem, na qual ajuda Maximus (Russell Crowe) a escapar da prisão.

A equipe de produção originalmente pensou em refilmar todas as cenas de Reed, mas isso acabaria ficando caro demais – e talvez nem fosse possível – porque todas as cenas de Reed foram em locações, fora do estúdio. Por isso eles esforçaram-se para, de alguma maneira, criar uma sequência que resolvesse o arco do personagem de Reed e libertasse Maximus.

Após analisarem todas as filmagens de Reed, eles encontraram cenas de reação e pedaços dispersos de diálogo suficientes que, quando alterados com efeitos digitais e combinados com novas cenas do dublê de Reed e de Crowe, viraram a brilhante cena final de Reed vista no filme.

Este documentário (vá até 10:47) explica como eles conseguiram fazer isso.

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11. Carrie Fisher em "Star Wars: A Ascensão Skywalker":

Disney

Após matarem Han Solo (Harrison Ford) e Luke Skywalker (Mark Hamill) nos episódios 7 e 8, os produtores queriam que Carrie Fisher desempenhasse um papel importante como Princesa Leia/General Organa no episódio 9. Infelizmente, Fisher morreu de parada cardíaca súbita em 27 de dezembro de 2016, aos 60 anos.

Em vez de cortá-la do filme, o diretor J.J. Abrams decidiu pegar as cenas de Fisher não utilizadas em "O Despertar da Força" para criar cenas originais que pudessem ser encaixadas na trama do novo filme. Isso demandou muita criatividade de Abrams e de Chris Terrio, o corroteirista. Abrams disse o seguinte à revista Vanity Fair: "Começamos a analisar o que eram essas tomadas; começamos a escrever cenas para essas tomadas, contextos completamente novos, novas localizações, novas situações... toda vez que você vê Carrie, nós construímos, iluminamos e compomos completamente as cenas com base nas tomadas originais que tínhamos."

Foram necessários muitos efeitos visuais para que as filmagens antigas não destoassem do restante do filme (uma das razões: Fisher estava com um penteado e figurinos diferentes em "O Despertar da Força"). No geral, as expressões faciais de Fisher são de filmagens preexistentes, mas seu corpo e movimentos foram criados em CGI.

Ame ou odeie, não dá para negar que os produtores conseguiram fazer com que a Princesa Leia participasse do último filme da saga "Star Wars".

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