13 coisas que psicólogos gostariam de dizer a pessoas LGBTQ

Nenhum tratamento psicológico será capaz de "curar" a sexualidade de ninguém.

1. Você tem o direito de NÃO ser a pessoa que seus pais idealizaram para você.

As pessoas precisam desconstruir o mundo idealizado que projetam nos filhos. Muitos LGBTQs passam a vida tentando fazer de tudo para ganhar aceitação de seus pais quase como uma maneira de "compensar" o fato de serem LGBTQs: se esforçam além do normal para serem bem sucedidos, estudam o que os pais querem, abrem mão das suas vontades para não criar conflitos com a família.

Pais precisam amar seus filhos simplesmente por serem boas pessoas, independente de caberem nas expectativas deles. Amor não é algo que você conquista cumprindo tarefas ou se moldando às expectativas.

2. Não há nada de errado com a sua sexualidade.

A sexualidade é complexa e é dividida pelos psicólogos em fatores como a orientação afetiva-sexual, a identidade de gênero, o sexo biológico e a expressão de gênero. Cada um desses fatores não são necessariamente interligados, mas, acima de tudo, a diversidade neles é absolutamente NORMAL.

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3. Nenhum tratamento psicológico será capaz de "curar" a sexualidade de ninguém.

Se algum profissional sugerir curar sua sexualidade, pegue o nome dele completo e denuncie ao conselho de psicologia.

4. Ninguém precisa ficar com homens e mulheres para saber se gosta de homens ou de mulheres.

Pessoas heterossexuais não são questionadas sobre sua sexualidade por nunca terem ficado com uma pessoa LGBTQ. Por que então as pessoas LGBTQ deveriam ter este tipo de preocupação?

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5. Da mesma maneira que uma pessoa bissexual não é uma pessoa indecisa que irá se definir como homo ou hétero algum dia.

Ocorre que, pra bissexuais, o gênero da pessoa não é tão importante assim para determinar uma atração afetivo sexual. Aquilo que para você é determinante não precisa ser para todo mundo.

6. Não existe um jeito "certo" de ser LGBTQ.

A sexualidade de alguém não tem a ver com as músicas que ela gosta ou um jeito de vestir, falar e andar. Pessoas LGBTQ podem ser de vários jeitos, da mesma maneira que cis/héteros.

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7. Você também não precisa se encaixar em um padrão de gênero.

Padrões podem limitar suas experiências e você não precisa se encaixar em nenhum deles se não quiser. Masculino e feminino são construções que excluem uma parte considerável do espectro humano e a beleza dessa espécie está em poder se expressar da maneira mais espontânea e singular possível.

8. Sair do armário é uma decisão só sua.

Cada um tem um jeito e um tempo muito individual para fazer isso. Há quem junte a família pra uma refeição conjunta e conte pra todo mundo, e há quem decida escolher uma pessoa de confiança e ir contando aos poucos. Não há um manual.

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9. Você sempre pode seguir explorando a sua sexualidade.

Algumas pessoas, por já estarem dentro do espectro LGBTQ, param a exploração dos seus desejos por aí. Uma vida sexual saudável é aquela em que o indivíduo se permite explorar caminhos, sem vergonha de seus desejos ou fetiches.

10. Ser LGBTQ não impede ninguém de ser pai ou mãe.

Ser LGBTQ não implica abrir mão de ter filhos. Inclusive, os filhos chegam de forma diversa, às vezes da sua barriga, às vezes da barriga de um(a) companheiro(a), às vezes via adoção.

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11. É possível ter uma boa relação com uma família, mas você pode ficar bem sem eles.

Sair do armário para a família pode ser um momento desafiador. Ainda assim, um exemplo de autenticidade pode ser inspirador para transformar positivamente toda uma dinâmica familiar.

Mesmo se eles não reagirem positivamente, você vai poder viver com a tranquilidade de ter feito o que pode e de ter ido buscar pessoas que realmente vão lhe acolher e lhe amar pelo que você é.

12. Aproveite que você já tem um registro de não ser o padrão para questionar outros padrões da sociedade.

Se a vida já lhe levou a questionar a sexualidade tradicional, porque não aproveitar e aprofundar-se nos questionamentos sobre religião, relacionamentos, maternidade, paternidade e quaisquer outros padrões que possam lhe prender.

Não é porque você sofre um tipo de preconceito que vale destilar veneno por aí. Não seja gordofóbico(a), nem racista ou misógino(a), isso só te aproxima do homofóbico.

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13. Não descuide da sua saúde mental.

Infelizmente, ser LGBTQ ainda significa estar suscetível à LGBTQfobia, mas também a micro-agressões no dia-a-dia.

Micro-agressões são formas sutis de excluir, constranger e humilhar. Exemplo: quando algum parente ou colega baixa o tom de voz pra te perguntar se você está namorando ou saindo com alguém, como se fosse algo que você devesse esconder ou ter vergonha.

Essas experiências sutis e cotidianas causam efeitos que talvez só sejam percebidos quando é tarde demais. Não deixe sua saúde mental de lado e enxergue o auxílio de um profissional sempre como uma opção.

Este post foi feito com a partir de conversas com os psicólogos Janaína Leslão, Kwame Yonatan, Julia Pereira Bueno, Flávio Voight, Jean Henry e Marcelo Femder.

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