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O Dia da Consciência Negra é marcado pelo assassinato de Beto Freitas
João Alberto Silveira Freitas, negro, foi espancado e morto na véspera de 20 de novembro.
Publicado por Gaía Passarelli e Amanda Tavares
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No ano em que as eleições municipais foram marcadas pela primeira vez em que se registraram mais candidaturas negras do que brancas, e em que a luta por igualdade racial se tornou elemento central de todas as discussões no mundo, o Brasil acordou em seu Dia da Consciência Negra com a notícia do assassinato de um homem negro.
João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, foi espancado e assassinado na frente da esposa, em um supermercado de Porto Alegre.
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O Leandro Mussum Alive levantou um ponto essencial:
Pessoas brancas: Parem de nos usar como palanque para ganhar RT e conseguir um pouco de alívio para a sua consciência achando que ser antirracista é fazer post indignado na rede social. Nós precisamos de aliados na luta, aprendendo sobre o racismo e ensinando outros brancos.
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E a rapper Enme comentou sobre as pessoas estarem compartilhando o vídeo do espancamento do João Alberto:
VOCÊS ADORAM COMPARTILHAR HOMEM PRETO MORRENDO OU VIOLENTADO, TRAVESTI ESPACANDA, MULHER SOFRENDO. VOCÊS ADORAM VENDER NOSSA DESGRAÇA, NOSSO FIM. NOSSA VITORIA NUNCA É PAUTA PRA VOCÊS. Um bando de urubu esperando nosso corpo cair. Que porra de Consciência é essa?
O Preto Zezé lembrou que o João Alberto não é exceção, e sim mais uma vítima de indiferença e invisibilidade:
João , é mais um George Floyd que se vai pelas mãos do racismo à brasileira. Indiferença ,silêncio das autoridades ,invisibilidade nos grandes meios de comunicação. Pra muitos apenas um número,para nós , um pedaço da gente que é arrancado. Mas não haverá recuo. Pra cima! 👊🏿🖤🙏🏿
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Para além da brutalidade do caso, é fato que essa não é a primeira vez que a rede de supermercados se vê como palco de violência contra pessoas negras no Brasil, como registra o advogado e defensor de direitos humanos Jefferson Nascimento:
MAPA: Casos de violência do Carrefour (@carrefourbrasil) contra pessoas negras https://t.co/MtrKyO7Sqf
O Thiago Amparo, advogado, colunista da Folha e professor da Faculdade Getúlio Vargas, destacou a responsabilidade da empresa no caso:
O que queremos do @carrefourbrasil? Que diga que a empresa é RESPONSÁVEL. Aconteceu na sua dependência por seus agentes. Empresa deve dizer que: 1) irá indenizar a família; 2) irá rever segurança; 3) irá dispor as imagens e colaborar pra identificar; 4) expor ações de prevenção.
Ele também falou sobre o caso em entrevista hoje para CNN Brasil.
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