Meu coração derreteu de amor pelo livro “Sulwe”, escrito pela Lupita Nyong'o

A discussão aqui é bem mais profunda do que uma simples história ilustrada para crianças.

Descobri há duas semanas, durante umas viajadas pelo feed do Twitter, que Lupita Nyong'o havia lançado um livro.

“Sulwe” (que significa "estrela" na língua nativa da atriz) foi lançado no começo de 2019 pela editora Rocco. Este é o primeiro livro da premiada Lupita Nyong'o, que ganhou um Oscar de melhor atriz coadjuvante por "12 Anos de Escravidão", e conta a história de uma criança que tem a pele negra mais escura da família.

Eu nem quis saber muito sobre o que era o livro, pois ver que Lupita era a autora já me bastou.

Eu 100% julguei o livro pela capa e pela autora, e posso afirmar com muito carinho que não me decepcionei em nenhum momento. A Amazon pensa o mesmo, pois colocou a obra entre os Melhores Livros Infantis de 2019.

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As ilustrações são algumas das coisas mais lindas e caprichadas que eu já vi na vida.

Esses desenhos são assinados por Vashti Harrison que, além de ilustradora, também é autora. Clica nesse vídeo pra ver o cabelo do desenho animado. <3

Mas vamos ao que interessa: por que todo mundo, e não apenas as crianças, deveriam ler “Sulwe”?

A narrativa conta a história de uma menina que não se sentia bonita porque tinha a cor de pele mais escura que dos seus pais e da sua irmã mais velha. Ela tentou, por vezes, apagar sua pele com borracha em uma tentativa falha de clareá-la.

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No meio do caminho, depois de ser levada para um passeio entre as estrelas, ela finalmente entendeu.

Assim como existe o dia e a noite, e cada um tinha seus encantos, ela era linda exatamente daquele jeito. Mas mais do que isso, como ela se sente consigo mesma e o que a gente tem dentro do coração, é ainda mais importante do que a aparência.

A história mágica de como Sulwe faz suas descobertas nos ensina uma lição muito importante sobre amor próprio e respeito.

"A estrela explicou:
- Olha, precisamos das duas: do brilho mais intenso da luz do dia, da cor mais profunda da escuridão da noite e de todos os tons entre elas. Juntas, elas fazem com que o mundo seja o que conhecemos: luz e escuridão; força e beleza."

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Isso me fez pensar de novo em como é tão importante se ver representada na televisão, no cinema e em histórias em geral.

O conceito de beleza é muito relativo, e quando você não se vê representado/a em nenhum deles fica realmente difícil de se reconhecer como belo (o que quer que isso signifique para você). A discussão aqui é bem mais profunda do que uma simples história para crianças, né?

Plot twist!

Lupita Nyong'o se viu exatamente nos dilemas de Sulwe quando era mais nova.

No fim do livro, em uma nota, a atriz e autora faz uma confissão:


"Assim como Sulwe, enfrentei muita zombaria e provocação por ter a pele escura como a cor da noite. Eu rezava para que um dia acordasse com a pele mais clara. [...] Meus sentimentos com relação à minha cor da pele só mudaram depois que cresci. Ver mulheres negras de pele escura serem reconhecidas por sua beleza me ajudou muito. Percebi que, se elas eram lindas, eu também poderia ser inda. Comecei a me ver de uma forma diferente."

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Eu fico me perguntando: o que será que a Lupita Nyong'o criança pensaria dela mesma agora? Já que ela virou um símbolo de beleza, talento e inspira muitas meninas negras pelo mundo.

Se eu fosse ela, certamente estaria muito orgulhosa de mim mesma. <3

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